O Volvo XC40 quer ser referência no segmento para atrair os compradores dos rivais da Audi, BMW e Mercedes-Benz
Guardadas as devidas proporções, o Volvo XC40, é “cara de um, focinho de outro”, se comparado ao XC90 e XC60. Produzido em Ghent, na Bélgica, é o primeiro SUV compacto do fabricante sueco e estreia a plataforma modular Compact Modular Arquitecture (CMA), cujo co-desenvolvimento ocorreu ao lado da chinesa Geely (dona da Volvo) – XC60 e XC90 utilizam a base SPA (Scalable Product Architecture). A semelhança com os irmãos maiores está na dianteira vertical, com a grade côncava e os faróis “Martelo de Thor”. As caixas de rodas saltadas transmitem robustez e atrás as lanternas verticais seguem a identidade dos atuais utilitários esportivos da marca.
A sintonia com os irmãos XC60 e XC90 também está no interior. O acabamento esmerado ainda traz carregamento de smartphone por indução, quadro de instrumentos digital de 12,3” e porta-objetos espalhados inteligentemente pela cabine. As laterais de portas são forradas de carpete e ajudam a filtrar ruídos. Aliás, o isolamento acústico é muito bom. O multimídia Sensus Connect no centro do painel tem tela tátil de 9” e conectividade Android Auto/Apple CarPlay. Intuitiva de operar, ela permite controlar praticamente todas as funções do XC40. Entretanto, por vezes, ela distrai o motorista, como na hora de selecionar a temperatura do ar-condicionado de duas zonas. Os alto-falantes vão instalados sob o painel e o áudio é emitido pelas saídas de ar.
O interior espaçoso é atribuído à carroceria de 4.425 mm de comprimento, 1.863 mm de largura, 1.652 mm de altura e generosos 2.702 mm de entre-eixos. Não tão compacto, o porte é semelhante ao dos rivais Audi Q3, BMW X1 e Mercedes-Benz GLA. O porta-malas tem 460 litros e a boa sacada está no piso do assoalho modular que permite carregar objetos pequenos na parte de baixo ou, quando levantado, conta com presilhas para prender sacolas.
À venda nas versões T5 Momentum de R$ 194.950 (avaliada) e T5 R-Design (R$ 214.950), ele também será oferecido na configuração T4 (R$ 169.950) a partir de julho deste ano. Além disso, pode ser adquirido pelo público PcD (Pessoas com Deficiência) com valores de R$ 145.950, R$ 169.950 e R$ 189.950, na ordem. As opções T5 utilizam motor 2.0 turbo e injeção direta de 252 cv de potência e 35,7 kgfm de torque. Na versão T4, o mesmo 2.0 rende 190 cv e 30,6 kgfm.
Ao volante da configuração Momentum, a condução agrada pelas respostas de prontidão desde os baixos giros e acompanhadas das mudanças quase imperceptíveis do câmbio automático de oito marchas – as trocas ou reduções sequenciais são feitas movendo a alavanca para a esquerda ou a direita. Estão disponíveis cinco modos de condução (Eco, Comfort, Off-Road, Dynamic e Individual), que mudam os parâmetros de respostas do motor, o câmbio, da direção, dos freios e do controle de estabilidade. Guiando-o no programa Eco, ao aliviar o pé do acelerador, a marcha é desengatada (função Roda Livre) para ajudar a poupar combustível.
Já ao extrair mais do XC40, ele responde à altura e aumenta a diversão, com o sopro do turbocompressor invadindo a cabine. A tração é integral sob demanda e, de acordo com as medições da CARRO, o XC40 fez de 0 a 100 km/h em 6s63 – Audi Q3 2.0 Ambition Quattro (6s25), BMW X1 Xdrive 25i (7s20) e Mercedes-Benz GLA 250 (7s53). Esses três últimos custam R$ 210.990, R$ 232.950 e R$ 237.900, respectivamente.
A suspensão dianteira é independente McPherson e a traseira, multibraço. Elas priorizam o conforto, impedindo da carroceria rolar além da conta nas curvas. Outro elogio vai para a boa altura em relação ao solo de 210 mm – são 183 mm no X1, só para citar -, que ajuda quem enfrenta um trecho leve off-road. A direção ágil ao esterço só poderia ser mais fi rme em velocidades mais altas. Os freios dianteiros usam discos ventilados e sólidos atrás. Aliás, nos testes de frenagem (80-0 km/h, 100-0 km/h e 120-0 km/h) o XC40 foi inferior aos alemães Audi Q3 e Mercedes-Benz GLA e melhor comparado ao BMW X1. Apesar desse revés, o Volvo dá um show à parte no quesito segurança.
Estão disponíveis controle de estabilidade/tração, assistentes de partida em aclive/declive e de descidas íngremes e frenagem automática para diminuir os riscos de colisão contra veículos, pedestres e animais de grande porte. Outro recurso é o sistema de Mitigação de Pista Oposta, que atua entre 65 km/h e 140 km/h e ajuda o condutor a evitar batidas em veículos que se aproximam vindos da pista contrária. Também estão disponíveis o alerta de mudança de faixa/tráfego cruzado e proteção de saída de faixa. A condução semiautônoma, na Momentum, é cobrada à parte por R$ 5.000 e está disponível de série na R-Design. Ela funciona até 130 km/h e atua sobre os freios até parar o veículo ou esterça a direção, com controle de cruzeiro adaptativo. O plano de revisões tem preço fixo até os 150.000 km. A mais cara é a de 60 mil km (R$ 3.399).
Conclusão
Por Rafael Poci Déa
Se no passado, os Volvo exibiam linhas quadradas, como dos modelos 850 e 460, atualmente o fabricante sueco dá um show à parte no quesito desenho. Afi nal, o exterior/interior do XC40 seguiu os traços da dupla XC60 e XC90. Não só
isso, como também agradam as respostas do motor a partir das baixas rotações e o trabalho suave do câmbio automático permitindo rodar grande parte do tempo em giro baixo. A plataforma modular CMA a qual é feito já está preparada para a eletrifi cação. Aliás, a meta até 2025 é de todos os carros produzidos serem híbridos (como já ocorre em uma versão do XC90), plug-in ou elétricos. Só falta isso para o XC40 fi car perfeito.
*Texto publicado originalmente na edição 296 (junho/2018)da Revista CARRO
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