Ícone do siteÍcone do site Revista Carro

Teste de 1 mil km com o C3 Aircross de 7 lugares: veja avaliação

Modelo familiar é espaçoso e espartano pelo menor preço do segmento

Lançado no final do ano passado o novo Citroën C3 Aircross chegou ao mercado brasileiro para competir no segmento de SUVs compactos e, também, brigar com a Chevrolet Spin, que também passou por uma renovação. Com espaço para levar até sete pessoas, o modelo da marca francesa gerida pela Stellantis é equipado com motor T200 1.0 turbo de até 130 cv, igual ao Peugeot 208 turbo e os Fiat Pulse e Strada, por exemplo. Ademais, o crossover vem equipado com acabamento parecido com o “irmão” hatch C3 e no consumo 13 km/l na estrada já com etanol caiu para 12 km/l em um pouco mais de 1 mil km de avaliação.

Precisamente, a Revista Carro rodou 1.079 km com o Citroën C3 Aircross. Entre a capital paulista e Curitiba, no Paraná, foram 866 km, além do uso urbano por São Paulo ao longo de sete dias. De cara, foi possível notar que o SUV compacto com jeitão de minivan tem um bom consumo de combustível, seja dentro da cidade ou na estrada.

Inimigo do posto

Em uma velocidade média entre 100 e 110 km/h com gasolina fizemos 13 km/l sem precisar manter o pé no alto. Já na volta de Curitiba, o SUV estava abastecido com etanol e, por isso, fizemos 12 km/l tendo a mesma média de velocidade. Desta forma, tivemos números superiores ao Inmetro, que fala em 12 km/ no rodoviário com gasolina e 8,6 km/l com etanol. Aqui vale dizer, que o C3 Aircross estava com cinco adultos e o porta-malas, que tem capacidade de 493 litros, completamente lotado de malas e bugigangas. Todavia, o consumo médio final ficou na casa dos 11,7 km/l, contabilizando os trechos urbanos e rodoviários.

T200 não compromete

E não foi apenas no consumo que o novo C3 Aircross surpreendeu, uma vez que mesmo com motor 1.0 litro turbo, o SUV tinha fôlego para fazer ultrapassagens na rodovia. Os 130 cv e 20,4 kgfm de torque vão bem em velocidade de cruzeiro na estrada, mas claro, no trecho urbano deixa um pouco a desejar principalmente em subidas se ele estiver completamente cheio como foi em nosso teste. A transmissão do tipo CVT acompanha o ritmo do motor turbo e tem desempenho adequado. Todavia, o C3 Aircross é um pouco lento em retomadas, sendo preciso ter um pouco de paciência quando está carregado.

Conforto é bom, mas…

A suspensão é macia, o que gera ainda mais conforto para o motorista e passageiros. A posição ao dirigir não é ruim, mais elevada e com boa sensação de espaço e visibilidade. Já se forem três adultos sentados no banco traseiro, o que sentará no meio irá um pouco apertado, pois há um túnel central elevado por ali.

Não testamos os bancos da terceira fileira, mas testamos essa “habilidade” do C3 e pessoas com até 1,60 metro conseguem ir sentados sem aperto, mas não espere um conforto excepcional. É preciso dizer que para utilizar esses bancos a capacidade do porta-malas fica menor do que a de um Fiat Mobi, com apenas 50 litros. Claro, é possível rebater ou retirá-los. Mesmo de fácil manuseio para retirá-los é mais prático rebater, tendo uma superfície plana e mais rasa.

Tecnologia padrão dos carros atuais

Se no Citroën C3 hatch falta um painel de instrumentos de qualidade, no C3 Aircross, a marca francesa traz um painel 100% digital de 7 polegadas, que é item de série.

O quadro de instrumentos tem mostradores de fácil visualização com números de velocidade bem marcantes e temperatura e de tanque de combustível simples de visualizar. Outro ponto positivo é a conhecida central multimídia de 10 polegadas com conexão sem fio com Android Auto e Apple CarPlay, que traz ícones parecidos com o antigo Windows Phone, mas é simples de mexer e conecta facilmente o celular, algo que é o mais utilizado por quem compra um veículo com multimídia, uma vez que o emparelhamento com smartphone te dá acesso total a mensagens, GPS, entre outras funcionalidades.

Aqui, alguns podem preferir a do Fiat Pulse ou do Volkswagen T-Cross, que tem um tocar e tela mais vistosas, porém, conectam com a mesma agilidade do que o equipamento instalado no C3 Aircross e rodar sem engasgos o Android Auto e Apple CarPlay.

Agora, uma tecnologia um pouco inusitada, até podemos chamar de solução mais barata, é uma ampla saída de ar no teto, que permite apenas diminuir ou aumentar a velocidade da ventilação, uma vez que o comando do ar-condicionado está na frente e não é digital. Ademais, essa solução criativa permite que todos possam receber o vento gelado do ar-condicionado.

Acabamento e preço

A Revista Carro avaliou a versão C3 Aircross Shine Turbo 200 AT, que é vendida por R$ 136.590. Já o acabamento, segue os padrões do C3 hatch com muito plástico duro e nenhum “fofinho”, que é chamado de soft touch. Esse é um ponto que deixa a desejar em relação ao SUV compacto de sete lugares, que sim, anda bem mesmo cheio, carrega sete pessoas com um conforto consideravelmente bom e traz uma multimídia simples, mas que conecta o smartphone sem problemas.

Todavia, o Citroën C3 Aircross precisava ser mais completo, pois tem uma chave à moda antiga, não sendo nem canivete, quanto mais presencial. Também não tem controle de cruzeiro adaptativo e tem apenas quatro airbags nesta versão, pois as de entrada tem apenas dois. A câmera de ré também poderia ter mais qualidade, entre outros equipamentos presentes na nova Chevrolet Spin, por exemplo, ou em outros SUVs compactos como Hyundai Creta, Volkswagen T-Cross.

Ademais, o novo C3 Aircross vale a pena para quem procura um SUV compacto que carregue sete pessoas. Portanto, atenderá pessoas com família grande, que não podem comprar um Jeep Commander, por exemplo.

Sair da versão mobile