Para comemorar cinco décadas e meia de produção, Ford lança versão especial do icônico carro que é sonho de consumo de várias gerações
Em produção desde 1964, o Ford Mustang completa 55 anos. Para comemorar, a Ford colocou no mercado a versão Black Shadow. Baseada na opção topo de linha GT Premium, para ser diferente; tem o teto e aerofólio na cor preta, faixas nas laterais e no capô, as rodas de 19 polegadas são novas e o lendário emblema do cavalo selvagem galopando na cor preta ao centro da grade dianteira.
O Mustang série especial Black Shadow tem no interior revestimento dos bancos e das portas em alcantara, com costuras especiais, acabamento em fibra de carbono no painel central e na alavanca do câmbio. No lado do passageiro, o painel ostenta o emblema “55 Years”.
Mustang Black Shadow: Visual esportivo
A série especial do PonyCar fabricado pela Ford não recebeu mudanças no desenho da carroceria. No capô dois vincos marcantes formam um ‘V’. A frente tem uma grande grade, o símbolo do equino ao centro, ambos na cor preta, Os faróis full Led, em formato de losango parecem que foram esculpidos no local. Nas extremidades do pára-choque entradas de ar direcionadas para as pinças de freio, acima as lanternas também em full LED.
A traseira tem o aerofólio preto, item especifico da versão, três lanternas verticais de cada lado, símbolo GT em destaque ao centro e uma faixa preta. O pára-choque é pintado na mesma cor do carro, há refletores nas extremidades e saídas duplas de escapamento. No assoalho, um extrator de ar. A peça permite aumentar a velocidade que o ar passa por baixo do carro, cria uma depressão e oferece maior estabilidade.
Interior clássico e tecnológico
Ao desenvolver o Mustang de 6ª geração, os projetistas e engenheiros incluíram o que há de mais avançado em tecnologia de construção de automóveis, mas não se esqueceram das origens. Isso fica explicito nas várias configurações do painel de instrumentos, bancos, central multimídia e comandos das opções de auxílio ao motorista.
O painel de instrumentos tem a tela de 12” 100% digital. Ele permite escolher as informações, a posição, as cores em que serão mostradas. O motorista pode mudar o visual da tela. Entre as opções uma clássica com visualde velocímetro e conta-giros analógicos. As outras opções têm o visual de acordo com o modo de condução escolhido.
As portas e bancos da versão Black Shadow comemorativa de 55 anos têm revestimento em alcantara, porém os ajustes elétricos são para frente, para trás e lombar, enquanto o ajuste do encosto é manual.
Os modos de condução são: “Normal”, “Esportivo”, “Esportivo+”, “Pista”, “Modo Drag”, “Neve/Molhado” MyMode”, que possibilita ajustes de acordo com o gosto do motorista. Ao escolher o modo, alteram-se também a velocidade de trocas de marcha, o tempo de resposta do acelerador, atuação dos freios, controles de estabilidade e tração, ruído do escapamento e sensibilidade da direção eletroassistida.
E ainda tem o sistema semiautônomo, como controle de cruzeiro adaptativo, alerta de colisão com assistente de frenagem, detecção de pedestres e permanência na faixa.
Multimídia Sync3 de última geração
A central multimídia é do tipo Sync3 com tela sensível ao toque de 8”, compatível com Android Auto, Apple CarPlay e App Link. O sistema de som é Bang&Olufsen Premium Sound de 12 alto-falantes, subwoolfer de 8 polegadas e 1.000 watts de potência e pode ser acionado por comando de voz em português.
Ainda integra o pacote, 8 airbags, sensor de estacionamento traseiro, câmera de ré, farol alto automático, sensor de chuva, chave programável MyKey, monitor de pressão de pneus e bancos com aquecimento e refrigeração. O Track Apps aciona o cronômetro de aceleração, cronômetro de volta, desempenho de frenagem e o LineLock, o qual permite realizar o chamado ‘burnout’ controlado para aquecer os pneus e ter uma largada com melhor aderência.
Motor V-8 de 466 cv, 55 kgfm, câmbio de 10 marchas e suspensão adaptativa
Não dá para reclamar da falta de potência e torque, isso porque, para manter a aura esportiva do modelo a Ford manteve o tradicional motor 5.0l V-8 Coyote de 466 cv e 55 kgfm de torque. O sistema de injeção de combustível é duplo com injeção direta e indireta. O câmbio automático SelectShift com borboletas no volante para trocas manuais têm 10 marchas.
A estabilidade que um carro com motor potente e tração traseira necessita é conseguida graças ao sistema de suspensão McPherson com dupla articulação na dianteira e independente multibraço na traseira. Os amortecedores têm o sistema MagneRide, que é adaptativo e ajusta a carga através do fluido magnético de acordo com as características do piso, faz até 1.000 leituras por segundo de maneira automática respeitando o modo de direção escolhido.
Para extrair o melhor, tem que estar na pista
Um legitimo carro esportivo têm características como o motor potente, pouca altura em relação ao solo e suspensão dura, firme para não desgarrar nas curvas. Estas características fazem com que seja difícil e desconfortável guiar o esportivo nas ruas com asfalto ruim das grandes cidades. Graças à eletrônica embarcada e os vários sistemas de auxilio ao motorista o Mustang Black Shadow é dócil na cidade.
Os amortecedores adaptativos MagneRide ajustam-se automaticamente conforto, bastando deixar a configuração do carro em modo normal, mas mesmo assim, exige cuidado ao passar por valetas e lombadas. Aliás, para conhecer e utilizar melhor as várias opções de condução vale dedicar um tempo, com o carro parado, e ir acionando as chaves de comando e entender o funcionamento. Como exemplo, uma das teclas de comando está posicionado na parte inferior do painel (são três no total). No primeiro toque mostra qual é o tipo de condução acionado. No segundo toque muda para o próximo sistema de condução, e assim por diante. Depois é só uma questão de se acostumar.
O tamanho dos retrovisores externos proporciona boa visibilidade no trânsito, mas eles deixam um pouco a desejar ao fazer uma manobra de estacionamento, o que é compensado pela câmera de ré.
Ainda na cidade, é preciso ter atenção com o acelerador, pois basta um leve toque para que o V-8 despeje potência. A operação do câmbio de 10 marchas é ajustável de acordo com o modo de direção escolhido, o que auxilia a ter trocas macias e suaves. Já na rodovia, com velocidade de 120 km/h a impressão é de que se está a 30 km/h, tamanho o conforto e isolamento acústico que tem o carro.
Por isso, para extrair o melhor, do Mustang só é possível em uma pista de testes, ou autódromo. Na pista da ZF em Limeira (SP), onde fazemos os testes dos carros avaliados pelo site revistacarro.com.br o Mustang Black Shadow passou com louvor. A aceleração de 0-120 km/h foi feita em 6s4. Na pista é possível exigir mais, para atingir 200 km/h partindo do 0, o que não é permitido em uma rodovia, o tempo gasto foi 16s9. A retomada de 80 -120 km/h, com o câmbio em modo Drive, foi feita em 3s4.
O sistema de freios também é eficiente. Em condições normais velocidade de 100 km/h para chegar a 0 km/h, necessita de 35,7 m. Com o dobro da velocidade 200 km/h até estancar, percorre espaço de 147,7 m.
E no teste de fading, o carro carregado com 200 kg, na primeira passagem precisou de 38,0 m para estancar. Na 10ª passagem, freios aquecidos, onde é normal perder eficiência para ir de 100 a 0 km/h o espaço necessário foi de 39,4 m.
Em termos de consumo, o Mustang que utiliza gasolina, e segundo a Ford está homologado para gasolina comum. Os testes feitos mostram que a média na cidade é de 4,7 km/l e na rodovia 9,5 km/l, o que confere média PECO (cidade/rodovia) de 6,8 km/l, mas vale lembrar que o motor é um V-8 de 5 litros.
Com preço público sugerido de R$328.900, fica a dica: quem for comprar o Mustang Black Shadow, ou já tem um Mustang, não pode deixar de dirigir o carro em uma pista de testes ou autódromo!
Fotografado na rua, rodovia, estacionamento…
Em tempos de redes sociais é comum encontrar uma enormidade de fotos de todos os tipos de veículos nas várias redes sociais disponíveis. O Mustang é o queridinho do Instagram. Segundo a Ford são mais de 12 milhões de postagens do PonyCar nesta plataforma. E deve ser mesmo. Por onde o carro passa, seja em uma rua, rodovia, entrada ou saída do estacionamento, aparece alguém com um celular fotografando. Os mais desinibidos pedem para abrir o capô, para fazer uma selfie, filmar e ainda tem a pergunta: “Dá ligar? Quero gravar o som do vê-oitão!”.
É fácil entender toda esta curiosidade e frenesi com o carro pelo público brasileiro. Lançado em 1964, dois anos depois, ou seja, 1966, a Ford já havia comercializado 1 milhão deles. Nos anos 1970, a companhia chegou a comunicar o fim da produção do carro. Alguns engenheiros descontentes com a decisão, trabalharam escondidos em um novo projeto para o Pony Car. Depois de pronto, apresentaram para a diretoria que prontamente aprovou.
Mas poucos brasileiros tiveram oportunidade de conhecer este modelo, apesar da Ford, ano passado, completar 100 anos de atividades no País, só em 2018 que ele passou a ser comercializado oficialmente em terras brasileiras. Até então, as poucos unidades que circulavam por aqui chegavam via importadores independentes.
Ford Mustang: Estrela de cinema
Em 55 anos de história, o esportivo tem mais de 3.800 aparições em filmes e na TV conheça algumas delas:
Apenas oito meses depois do seu lançamento, na Feira Mundial de Nova York de 1964, um modelo conversível branco foi usado pela bela assassina que perseguiu James Bond, vivido por Sean Connery em “007 contra Goldfinger”. A perigosa rodovia de Furkapass, nos Alpes Suíços, serviu como cenário para as cenas de perseguição. Uma das passagens de maior impacto é o momento em que o agente a serviço de sua majestade, com licença para matar, destrói os pneus do Mustang conversível de Tilly Masterson, interpretado por Tania Mallet.
Em 1968, o Mustang dirigido por Steve McQueen, no papel do detive Frank Bullitt virou astro do cinema com personalidade própria, naquela que é considerada a melhor perseguição de carros já filmada: o clímax final de 9 minutos de “Bullitt”. A mesma sequência foi refeita 44 anos depois para a TV, no final da série “Alcatraz”. Na realidade o carro é um Mustang GT verde, que recebeu depois de aparecer na telona o codinome Bullitt. Ele resultou na criação de várias edições comemorativas, como a do modelo de 2001 pilotado por Chad – filho de Steve McQueen – numa reconstituição da famosa cena de perseguição nas ruas de São Francisco. O Mustang Bullitt original foi encontrado no México, ainda com as marcas dos dois maiores impactos sofridos durante as gravações e foi leiloado por US$ 3,4 milhões (cerca de R$ 14 milhões).
Mais uma vez o agente secreto mais conhecido do mundo teve um Mustang no set de filmagens. Quando se viu encurralado num beco sem saída pela polícia de Las Vegas, James Bond, protagonizado por Roger Moore, realizou uma das manobras mais arriscadas do cinema e inclinou seu Mustang Mach 1 em duas rodas, passando por um caminho de pedestres.
A refilmagem de “60 Segundos”, no ano 2000, teve como personagem central da trama o Mustang Eleanor 1967 prata e preto, roubado por Nicolas Cage. No remake do filme de mesmo nome lançado em 1974, o personagem de Cage (Randall “Memphis” Raines) é forçado a roubar 50 carros de luxo numa noite. Para tentar despistar as autoridades, ele dá nomes de mulheres a cada modelo. O último deles, um Mustang Shelby GT500, foi chamado de Eleanor e protagonizou uma das melhores cenas de perseguição policial dos anos 2000. Ele é o único Mustang da história a ter o seu nome incluído como astro nos créditos de um filme.
Mais recentemente, em 2007, Will Smith foi o protagonista de “Eu Sou a Lenda”, filme pós-apocalíptico em que usa seu Mustang Shelby GT500 para encontrar a cura de um mal que dizimou a raça humana. Depois de seis gerações e uma forte ligação com a cultura pop, o carro se tornou o esportivo mais vendido do mundo.
Transmitida no Brasil, às segundas-feiras, no horário das 23 h pelo Universal TV, a série “Chicago Fire” mostra o dia a dia do Esquadrão 51 dos bombeiros da cidade de Chicago nos Estados Unidos. Os dramas pessoais e familiares são mesclados como argumento da série entre um chamado e outro, que pode envolver muitos perigos ao realizar os salvamentos e extinção de incêndios. Um dos personagens, o bombeiro tenente Kelly Severide, interpretado pelo ator Taylor Kinney, anda de Mustang, inclusive para investigar supostos incêndios criminosos.
Por: Edison Ragassi
Fotos: Renan Senra/Divulgação
Agradecimento: Sítio São Jorge
Ficha técnica Ford Mustang GT Black Shadow 2020
· DADOS DE FÁBRICA | |
Motor | V-8, Coyote, longitudinal |
Cilindrada (cm³) | 5037 |
Potência (cv/rpm) | 466 a /7.000 |
Torque (kgfm/rpm) | 56,7/ 4.600 |
Câmbio | Automático de 10 marchas, SelectShift |
Suspensão (dianteira / traseira) | McPherson/ Multibraço |
Pneus e rodas | Michelin Pilot Sport4 D. 255/40 ZR19 / T. 275/40 ZR19 |
Freios (dianteira / traseira) | Disco ventilado / Disco |
Peso (kg) | 1783 |
Comprimento (mm) | 4.788 |
Largura (mm) | 1.915 |
Altura (mm) | 1.379 |
Entre-eixos (mm) | 2.720 |
Porta-malas (litros) | 382 |
Tanque de combustível (litros) | 60 |
Preço (R$) | 328.900,00 |
· NOSSAS MEDIÇÕES | |
Aceleração (em segundos) | |
0 a 100 km/h | 4,9 s |
0 a 400 m (km/h) | 13 s (178 km/h) |
Retomada (em segundos) | |
40-100 km/h em Drive | 4,2 |
60-120 km/h em Drive | 4,0 |
80-120 km/h em Drive | 3,4 |
Frenagem (em metros) | |
80-0 km/h | 22,8 |
100-0 km/h | 36,3 |
120-0 km/h | 51,8 |
Fading dos freios (em metros) 100-0 km/h, carregado (200 kg) | |
1ª frenagem | 38,07 m |
Pior frenagem | 39,92 m |
Melhor frenagem | 38,07 m |
· MEDIÇÕES MERCADO | |
Consumo de gasolina (em km/l) | |
Cidade | 4,7 |
Rodovia | 9,5 |
Média PECO | 6,8 |
Autonomia (km) | 411 |
· PREÇOS E CUSTOS | |
Carro testado | R$ 328.900,00 |
Versão básica | R$ 328.900,00 |
*Desvalorização (1 ano) | 7,23% |
Garantia | 3 anos |
IPVA (4%) | R$ 13.156,00 |
**Seguro | |
Revisões (até 30 mil km) | R$ 3.967,00 |
· AVALIAÇÃO MERCADO | |
Preço básico | 8,0 |
Preço completo | 8,0 |
Consumo médio | 2,5 |
Autonomia | 4,0 |
Garantia | 8,0 |
Seguro | n/d |
Revisão | 10 |
Desvalorização | 10 |
Pintura | 10 |
Média final | 7,6 |
· NOSSA AVALIAÇÃO | |
Carroceria | 7,0 |
Segurança | 9,2 |
Conforto de rodagem | 6,7 |
Propulsão | 8,9 |
Comportamento | 7,1 |
Média final | 7,8 |
*Fonte: Fipe
**Fonte: Solid Seguros
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