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Avaliação: Honda Civic Touring 2020 muda pouco e mantém qualidades

Honda Civic Touring 2020 alia melhores qualidades do sedã a um trem de força impecável, mas está mais caro

Depois de três anos, já deu para se acostumar com a ousadia do desenho externo da décima geração do Honda Civic. Nesta reestilização de meia-vida, ganhou retoques bem sutis. Os pontos mais perceptíveis a olho nu estão na região inferior dos para-choques, tanto dianteiro quanto traseiro, com elementos mais horizontalizados e detalhes cromados, e as rodas de liga-leve de 17 polegadas com acabamento grafite.

Versão de topo, o Honda Civic Touring 2020 ganhou sistema de som com 452 watts de potência e 10 alto-falantes, sendo um deles central e outro subwoofer. Também recebeu dispositivo de recarga de celulares por indução no console central e regulagem elétrica da lombar no banco do motorista. Mas o melhor continua debaixo do capô.

O motor 1.5 4-cilindros turbo a gasolina é capaz de gerar 173 cv de potência a 5.500 rpm e 22,3 kgfm de torque máximo já a 1.700 rpm. Se comparado ao motor 2.0 de aspiração natural das demais versões, o pico de torque aparece em rotações muito mais cedo, o que muda o tempo de resposta ao acelerador de forma abissal. Isso permite ao câmbio CVT reagir melhor e mais uniformemente, aumentando sensivelmente o conforto de rodagem e o prazer ao dirigir, sem aquelas “patinadas” em retomada.

Prova da excelência do trem de força é sua aceleração de zero a 100 km/h em 7s7 – muito próxima da versão esportiva Si com motor de 208 cv e câmbio manual (7s6). Nas provas de retomada, em relação à variante 2.0 com câmbio CVT, o Civic Touring foi em média quase 2 segundos mais rápido em cada passagem.

Não bastasse, graças à suspensão independente multibraço no eixo traseiro, seu comportamento dinâmico é digno do segmento premium dominado pelo trio de ferro alemão (Audi, BMW e Mercedes-Benz). Além dos controles de estabilidade e tração, o sistema AHA (sigla em inglês para assistente de dirigibilidade ágil) aprimora ainda mais o comportamento do Civic ao atuar no freio das rodas do lado de dentro para melhorar a dinâmica nas curvas. Quando se abusa um pouco mais, é possível sentir o volante puxando levemente para dentro para manter a trajetória e evitar o subesterço.

Ergonomia e espaço interno continuam muito bons. O conjunto formado pelo painel e console central no estilo cockpit, tal como o exterior, não tem mais aquele frescor de novidade, mas continua entre os melhores do segmento. O sistema multimídia, com Android Auto e Apple CarPlay não tem uma conectividade tão boa assim, mas igualmente não deixa na mão.

Infelizmente, o ponto negativo da reformulação da linha pega no bolso. O preço do Honda Civic Touring passou de R$ 128.900 para R$ 134.900. Ao menos, continua abaixo do HR-V Touring, que tem o mesmo excelente trem de força, mas com espaço interno e desempenho inferiores.

Apesar de mais caro, o Honda Civic Touring segue como o melhor sedã médio em sua faixa de mercado. Mas será que isso é o bastante para enfrentar o Toyota Corolla híbrido?

 

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