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VW Golf GTE

As luzes diurnas de LEDs, a faixa azul na parte inferior dos faróis e da grade e o emblema GTE identificam a versão híbrida

Uma das atrações no estande da Volkswagen no Salão do Automóvel do ano passado foi a versão híbrida do Golf GTI, a GTE, recém-chegada às lojas na Europa. Externamente, o modelo — que promete aliar emissão zero com capacidade de rodar grandes distâncias — se diferencia pelas luzes diurnas de LEDs com formato diferente e pela listra azul, em vez de vermelha, no acabamento da grade. Na parte de dentro, o revestimento dos bancos é a mudança que salta aos olhos, embora o GTE também conte com instrumentos e mostradores específicos.

Sob a carroceria, porém, o Golf GTE traz o mesmo conjunto propulsor do “primo” Audi A3 e-tron Sportback, ou seja, um motor 1.4 TSI capaz de gerar 150 cv que atua em conjunto com outro elétrico, de 102 cv. A potência combinada, de acordo com a fabricante, é de 204 cv, enquanto o torque é de 35,7 mkgf. Em distâncias menores, ou no trânsito urbano, o Golf roda preferencialmente com eletricidade, sem emitir gases pelo escapamento. Já em rodovias, o motor a combustão entra em ação e, mesmo com o reservatório de combustível de 40 litros (contra 50 litros do GTI), é capaz de rodar até 940 km, de acordo com a fabricante.

E, como se trata de um híbrido do tipo plug-in, o GTE também pode ter sua bateria recarregada por meio de tomada. O procedimento leva 5 horas utilizando uma ligação doméstica convencional ou 2h15 se for usado o wallbox, carregador rápido vendido à parte pela fabricante. A principal vantagem do GTE, porém, está no seu preço, cerca de 1.000 euros menor que o do A3 e-tron (na Alemanha). Essa diferença se deve não só ao fato de se tratar de um VW, mas também ao porte menor do Golf.

Infelizmente, não conseguimos aferir se o Golf GTE consegue, de fato, ter uma autonomia tão grande, mas a esportividade prometida, ao menos, foi comprovada. Na aceleração de 0 a 100 km/h, o hatch híbrido precisou de apenas 7s5, resultado melhor, até, do que o anunciado pela VW (7s6). A máxima, em compensação, foi de 217 km/h, enquanto a fabricante anuncia 222 km/h.

Dupla personalidade
Um dos sistemas exclusivos do GTE mais interessantes é o chamado Alcance 360°, que exibe no monitor do computador de bordo, sobre o mapa do navegador, o alcance que o hatch possui naquele momento, permitindo ao condutor saber onde está o posto de recarga público mais próximo, ou até onde ele pode chegar utilizando a combinação eletricidade-gasolina. Já o monitor de autonomia (também exibido na tela do computador) não só mostra a distância que a versão híbrida do Golf é capaz de percorrer como também indica o alcance que o automóvel pode ter se alguns equipamentos (como ar-condicionado) forem desligados.

Por tudo o que mostrou nesta avaliação, o Golf GTE pode não ser o substituto do GTI ou do GTD, mas tem qualidades de sobra para ser uma opção interessante dentro da gama Golf, principalmente para quem roda muito tempo no trânsito das grandes cidades. Afinal, essa versão mostrou que não possui apenas dois corações e duas personalidades, mas também duas almas.

VW Golf GTE

Motor 4 cil. em linha, diant., transv., turbo, 16V, gasolina, inj. direta 
Cilindrada • 1.395 cm³, 
Potência 150 cv a 5.000 rpm, 
Torque 25,5 mkgf a 1.600 rpm
Motor elétrico • potência 102 cv, torque 33,7 mkgf
Câmbio robotizado, dupla embreagem, 6 marchas
Pneus • 225/45 R 17
Carroceria • hatch, cinco lugares
Dimensões (CxLxA) • 4.255 m x 1.799 m x 1.468 m
Entre-eixos • 2.630 m
Peso • 1.572 kg 

Desempenho
0 a 100 km/h • 7s5
velocidade máxima 217 km/h
consumo médio 66,6 km/l

Preço básico • 36.900 euros

O GTE é melhor que o GTI?  
A Volkswagen anuncia o Golf GTE como uma alternativa, capaz de aliar bom desempenho à capacidade de rodar grandes quilometragens e ainda à emissão zero no modo elétrico. Trata-se de um modelo que vem complementar sua gama, ao lado do GTI e do GTD (a diesel). Mesmo assim, a comparação do híbrido recém-lançado com o esportivo convencional GTI é inevitável. Seria o GTE, então, o esportivo do futuro? Antes de responder, é preciso lembrar que a nova versão carrega 186 kg a mais (comparado ao hatch movido a gasolina) por conta das baterias, além de possuir um motor 1.4, contra o 2.0 do GTI. Como se não bastasse, o GTE é 5.400 euros mais caro e, por esse valor adicional, você leva um motor elétrico que ao movimentar o hatch não emite nenhum grama de poluentes nem produz qualquer ronco, enquanto o GTI conta com um motor turbo que produz música pelas saídas de escapamento (ao menos para os amantes de automóveis tradicionais). Isso, porém, não significa que o Golf híbrido seja um automóvel entediante de conduzir. Basta acionar a tecla GTE no console para os dois motores funcionarem a toda e, mesmo sem produzir o mesmo ronco do GTI, a condução é, sim, muito prazerosa. Resumindo, ainda é cedo para garantir que o Golf GTE tomará o lugar do GTI, ainda mais no coração dos puristas. O mais imortante, porém, é saber que o prazer ao dirigir não será comprometido nos automóveis “verdes”.

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