A Toyota lançou no Brasil nesta terça-feira (7) a quarta geração do Prius, o carro híbrido mais vendido (5,7 milhões de unidades) do mundo. Especulava-se que o modelo seria produzido no país, na fábrica da marca em São Bernardo do Campo (SP). Entretanto, devido ao baixo volume de vendas (800 unidades desde 2013), a Toyota optou por continuar importando o modelo do Japão.
Como ajuda para instigar a consciência ecológica do consumidor brasileiro, a Toyota utiliza uma política de preços bastante agressiva para um modelo totalmente novo e moderno. De acordo com Miguel Fonseca, vice-presidente da Toyota, com a alta do dólar e apenas fazendo os reajustes, o novo Prius deveria ser vendido a R$ 178 mil. Mas, com o Ford Fusion Hybrid custando R$ 149 mil, isso não seria possível. Assim, apertando aqui e ali, chegaram ao preço de R$ 119.950, apenas R$ 3.350 mais caro que a geração anterior.
Fonseca explicou: “Queremos convencer a sociedade brasileira que o Prius veio para ficar e conquistar cada vez mais [espaço no] mercado”.
A proposta da Toyota é chegar a 2050 com redução de 90% na emissão de gás carbônico originada por veículos novos. Até lá, a estratégia será a ampla difusão de híbridos, elétricos e veículos alimentados por célula de combustível. Por ora, aos 5,7 milhões de Prius somam-se outros modelos de alta eficiência energética para chegar à marca de 9 milhões de Toyotas desse tipo circulando no planeta.
O que mais impressiona é que isso já é realidade em muitos países. Na Europa Ocidental, por exemplo, mais de 50% das vendas da Toyota já são de automóveis de alta eficiência, e em alguns modelos o índice chega a 99%. É um processo irreversível!
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Dirigimos o Prius numa pista no Japão
A Toyota vai iniciar a nova fase do Prius no Brasil com números conservadores: este ano deverá importar 600 unidades, e aumentar para 1.100 em 2017.
Kunio Umeda, embaixador do Japão no Brasil, que esteve presente no lançamento em Brasília, contou como foi o início do Prius no Japão: “Havia dúvidas sobre o alto investimento necessário para a sua produção. Mas, com as concessões de incentivos pelo governo japonês, 20 anos após o seu lançamento, vimos o quanto ele vem contribuindo para uma sociedade ecologicamente consciente”.
Koji Kondo, presidente da Toyota do Brasil, complementou: “Na primeira geração do Prius, a Toyota perdia US$ 10 mil em cada veículo produzido. Atualmente, as concessões governamentais são de US$ 1.300 em cada unidade”. Com a produção em grande escala, imagina-se que o Prius seja um negócio bem vantajoso para a marca.
RODANDO COM ELE
Foi possível dirigir o Prius na área urbana de Brasília e nas estradas dos arredores. O carro ficou bem mais bonito e também maior: são 6 cm a mais no comprimento, já que sua silhueta ganhou contornos de sedã, em vez de hatch.
Ao volante, dá para perceber que o híbrido ficou bem moderno, trazendo vários requintes — como o ar-condicionado de zona dupla que percebe onde estão os passageiros e dirige o fluxo de ar apenas nessa direção, o que economiza energia. O modelo também oferece de série um carregador de celular sem fio (basta apoiar o aparelho sobre ele), sistema de navegação e controles muito fáceis de manusear, além do head-up display, que projeta as informações principais no parabrisa, bem à frente dos olhos do motorista.
Para obter a tão desejada eficiência energética, o Prius utiliza dois motores: um a gasolina, o 1.8 VVT-i (de ciclo Atkinson), com 98 cv de potência a 5.200 giros e 14,2 kgfm de torque a 3.600 rpm. Redesenhado, teve redução de tamanho e peso. Ele funciona em conjunto com outro, elétrico, com 72 cv e 16,6 kgfm de torque. A potência combinada (que não é a soma de ambos, pois há perda energética) é de 123 cv.
Em testes no Japão, o novo Prius acelerou de 0 a 100 km/h em 11 segundos. Você pode escolher a forma de dirigir, em um comando no painel: Normal, Eco, Power e EV (apenas com o motor elétrico). O câmbio é automático, do tipo continuamente variável (CVT).
O Inmetro reconheceu a nova geração do Prius como o carro mais eficiente do Brasil, com consumo de 18,9 km/litro em uso urbano e 17 km/litro em rodovias. Segundo a marca, quando comparado a um modelo de mesmo porte movido somente a gasolina, o novo Prius é até 52% mais econômico na cidade e 42% na estrada. Sua autonomia é de até 812 km.
- FICHA TÉCNICA TOYOTA PRIUS 2017
Houve significativa evolução da bateria, que agora é de hidreto de níquel e cujo tamanho foi reduzido em 10%. Também conseguiram uma performance 28% melhor para ela. A sua posição mudou para debaixo do porta-malas, aumentando o espaço para os ocupantes do banco de trás.
NÚMEROS QUE IMPRESSIONAM
Não podemos esquecer que uma das principais vantagens do Prius é a baixa emissão de poluentes. Neste modelo 2016, segundo a Toyota, ele pode emitir até 94% menos de dióxido de carbono que um veículo hatchback médio com motor 1.8 16V, transmissão automática e movido a gasolina.
Em 19 anos de Prius no mercado, segundo a Toyota, deixou-se de emitir 67 milhões de toneladas de CO2 em todo o mundo e foram poupados cerca de 25 bilhões de litros de gasolina, numa comparação com o que emitiriam e gastariam carros movidos somente a gasolina.
Viagem a convite da Toyota do Brasil