Todo mês na revista CARRO o consultor técnico Bob Sharp responde às dúvidas dos leitores sobre tudo que cerca o universo do automóvel. Veja algumas delas:
DÚVIDA: Como usar o ar-condicionado do carro em estrada ou cidade? É verdade que o carro gasta mais combustível com ar-condicionado ligado? As janelas podem ficar abertas com o aparelho ligado?
Jairo Fraga (Caxias do Sul, RS)
RESPOSTA: O ar-condicionado é uma das grandes invenções do século 20, bem do início, 1902, e demorou quase 40 anos para chegar ao automóvel, ocorrido no americano Packard, em 1939. Seu princípio é a queda da temperatura dos líquidos ao serem vaporizados. No automóvel, um compressor acionado pelo motor comprime um gás, que se torna líquido e que, ao se ao se expandir numa peça sob o painel, chamada evaporador, torna-se gás, esfriando-o, e o ar que passa por ele esfria também, retirando no processo a umidade do ar por sua condensação na superfície fria. É um equipamento que proporciona extraordinário bem-estar e faz parte da chamada segurança preventiva, que dá ao motorista melhores condições para dirigir. O compressor requer potência para ser acionado, utiliza a do próprio motor, que por isso consome mais combustível quando o utiliza. As janelas do veículo devem estar sempre fechadas, senão haverá perda do ar resfriado, resultando num inútil consumo de combustível adicional.
DÚVIDA: Meu Jetta 2.0 TSi está com 194.000 km. Faço manutenção a cada 10.000 km. Até agora, tudo que troquei foram dois bicos de injeção, correias e um jogo de velas. Recentemente, fiz a 4ª troca dos pneus e o desgaste mostrou uniformidade. Nunca troquei os amortecedores e a concessionária informou que não é preciso trocá-los, pois não há vazamentos ou folgas. Isso procede?
José Alfredo Junta (Itajubá, MG)
RESPOSTA: Sim, totalmente. A atitude da concessionária não poderia ser mais correta. Amortecedores não têm vida útil, seja por quilometragem ou tempo, não têm data de validade. Trocam-se somente quando deixam de cumprir corretamente sua função precípua, que é impedir movimentação continuada da suspensão após passar por um obstáculo ou buraco, ou nestes a suspensão ir ao batente com facilidade.
DÚVIDA: Noto grande aumento de motores turbo em carros de todos os segmentos. Por que isso?
Ricardo C. Vasconcellos (Guarulho, SP)
RESPOSTA: Ao colocar mais ar nos cilindros, tem-se aumento de torque e potência, e como o motor não precisa mais fazer força para “respirar”, essa perda cessa, o que resulta em menor consumo de combustível. Uma vantagem do turbocompressor é que ele realiza esse trabalho de encher mais os cilindros sem custo, ou seja, ele se vale apenas dos gases de escapamento que normalmente são jogados fora na atmosfera. Não é preciso ser acionado pelo motor do veículo. Como entra mais ar no motor por este artifício, é possível ter-se motor menor e econômico sem decepcionar em potência, razão para surgirem tantos motores de três cilindros de 1.0 a 1.5 litro, os quais, devido ao “cilindro a menos”, têm menor atrito, com menos peças móveis.
DÚVIDA: Ouve-se falar muito de problemas de correia dentada nos motores, Por que ainda é tão usada, se por corrente é mais seguro e não precisa trocar praticamente nunca?
Filipe Brancalião (São Paulo, SP)
RESPOSTA: Pelo número de carros com correia dentada, começando pelo Chevette em 1973, estatisticamente os casos de problemas são poucos. A corrente também não é isenta de problemas, como folga e/ou ruído. Atualmente, a correia tem a seu favor o menor atrito, que toda fabricante busca a fim de reduzir o mais possível o consumo de combustível e, em consequência, as emissões de CO2, juntamente com aumento da periodicidade de substituição, que hoje supera 100.000 km e quatro anos de uso.