Todo mês na revista CARRO o consultor técnico Bob Sharp responde às dúvidas dos leitores sobre tudo que cerca o universo do automóvel. Veja abaixo uma seleção delas:
Considerando que o comando de válvulas acionado por corrente, e não por correia dentada, torna o motor mais seguro e com manutenção diminuída justamente por não ter correia dentada que possa quebrar ou necessitar de troca preventiva, o que faz uma fabricante optar pelo sistema de correia dentada em motores modernos, como o Ford Sigma 1.5 e 1.6? E o que dizer do PSA PureTech 1.2 com correia dentada banhada a óleo?
Ricardo O. de Azevedo (Catanduva, SP)
RESPOSTA: Se considerarmos que a correia dentada é usada há 44 anos no país (surgiu com o Chevette em 1973, e foi adotada no Passat no ano seguinte), o sistema pode ser considerado confiável, e é. Sua grande vantagem é simplicidade de construção e montagem, além de algo muito perseguido hoje em prol da eficiência energética: redução de atrito. A corrente não é à prova de defeito, como muitos supõem, já que pode apresentar ruído de funcionamento, entre outros problemas, como folga. Motores modernos em nível mundial como o 3-cilindros do VW up!, o citado PureTech 1.2 da PSA e o Ford Ka 1.0 utilizam correia dentada, os últimos em banho de óleo. A do VW requer troca preventiva com 120.000 km ou quatro anos e meio, a do Ford é por toda a vida do motor.
O que fazer se o acelerador prender no fundo? Parece que frear não adianta muito.
Lilian Andrade (Rio de Janeiro, RJ)
RESPOSTA: De fato, a primeira reação diante de um acelerador preso no fundo, com o carro aparentemente descontrolado, é pisar no freio. Mas isso nem sempre pode surtir o efeito desejado e, além disso, tudo se passa muito rapidamente. O melhor a fazer é imediatamente pôr o câmbio em ponto morto ou, caso seja câmbio automático, levar a alavanca seletora para Neutro, e depois frear normalmente e encostar o carro. Assim que o carro parar, desligue o motor. Embora a sua rotação, com o câmbio em ponto morto ou neutro, suba muito, isso não o danificará, pois há limitador de rotação. Os carros mais modernos têm uma estratégia em que, se o acelerador prender, pressionar o pedal do freio corta automaticamente a aceleração do motor.
O marcador de combustível de meu Golf apontou ter entrado na reserva, acendendo a luz no painel. Disseram-me que nunca se deve rodar com o indicador do nível de combustível apontando reserva, pois o componente pode queimar. Como pretendo alternar para etanol, como devo proceder para o computador ler corretamente o combustível? Deixo restar bem pouca gasolina para só depois encher de etanol e/ou abasteço assim logo, e o computador entenderá qual o combustível predominante?
Amauri Oliveira (São Paulo, SP)
RESPOSTA: O que se dizia de ser prejudicial rodar com bem pouco combustível no tanque era sobre o risco de queimar a bomba de combustível. O fato é que ela não se danificará rodando nessa condição, tampouco a boia de indicação do nível do tanque. Um sensor especial na tubulação que vem do tanque prontamente identificará a composição do combustível no momento, de modo a ser totalmente dispensável deixar o tanque quase vazio para alternar combustível.
Lendo a CARRO, identifiquei a matéria de que o Golf receberá novos predicados e, além da cosmética, implementará o sistema que desliga cilindros para proporcionar economia, quando não exigidos. Em sua experiência, essa implementação poderá representar economia de combustível de fato? E ainda primar pelo desempenho?
Amauri Oliveira (São Paulo, SP)
RSPOSTA: O sistema de desativação de cilindros só atua quando a velocidade do veículo estabilizar-se no plano e serve unicamente para economizar combustível. Não tem nenhum efeito sobre o desempenho, para menos ou para mais. O sistema funciona sem que o motorista perceba, na desativação e na ativação.