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Teste: Logan Dynamique 1.6

Já não era segredo para ninguém, e desde o Salão de Buenos Aires, realizado em junho deste ano, já se sabia que a Renault preparava a reestilização do seu sedã compacto, o Logan, que passaria a ostentar o mesmo visual do modelo europeu (que é produzido pela Dacia), apresentado há um ano.

Agora, o novo Logan está chegando às lojas, e além do visual bem mais moderno e agradável, traz mais equipamentos e itens tecnológicos inéditos no segmento. A razão para essa mudança de categoria não está apenas na modernização dos rivais, mas também no fato que o Logan, a partir de agora, passa a desempenhar dois papéis na estratégia da Renault: continuar atuando como o sedã de entrada da marca, com as versões com motor 1.0, e também servir como alternativa ao extinto Symbol, com as configurações equipadas com o propulsor 1.6 flex.

É hora, então, de outro esclarecimento: o modelo das fotos desta reportagem é o mais sofisticado da gama, um Dynamique 1.6 com todos os equipamentos disponíveis. Mas a versão que deverá ser a mais vendida, de acordo com os executivos da empresa, será a Expression, que terá opção de motores 1.0 e 1.6. A Renault, aliás, aposta que ambos terão números muito próximos de unidades comercializadas. A conferir.

Mas, independentemente do acabamento, não se pode negar que o novo Logan evoluiu em design. Mas não foi apenas nisso. Bruno Hohmann, diretor de marketing da Renault, explica que o carro, agora, é feito sobre uma nova plataforma, além de contar com nova suspensão, caixa de direção e sistemas de frenagem e elétrico. “Enfim, é um carro totalmente novo”, afirmou. E, de fato, não é preciso  examinar muito para perceber isso.

Na dianteira, os novos faróis e a grade frontal chamam a atenção, assim como as linhas gerais bem mais arrendondadas. Lateralmente, a coluna traseira, que é uma das características do veículo, não foi alterada, mas, percebe-se que o carro ganhou mais curvas.

Atrás, as lanternas se destacam, com novos desenho e posicionamento. O porta-malas não é o maior da categoria (tem 510 litros), mas segue como um dos melhores.

Já na parte interna, há novidades boas e outras nem tanto. A ergonomia, por exemplo, melhorou com o novo volante (que pode, opcionalmente, incorporar os comandos do controlador de velocidade de cruzeiro), o quadro de instrumentos com visual clássico e o ajuste de altura do banco do motorista.

Em compensação, as teclas de acionamento dos vidros elétricos traseiros migraram para o console, numa posição desfavorável.

Outras novidades bem-vindas são os sistemas de abertura interna da portinhola do tanque de combustível e do porta-malas, itens de série em todas as versões, e a luz indicadora de trocas de marcha. Freios com ABS e duplo airbag também equipam todos os Logan, seguindo a obrigatoriedade que passa a valer em 2014.

Rodando, o novo Logan agradou de maneira geral, apresentando um nível satisfatório de ruído e um desempenho condizente, sem empolgar. Um fato que chamou a atenção negativamente foi o câmbio, que em certos momentos, apresentou-se impreciso.

Já o espaço para os passageiros, principalmente no banco de trás, segue como um dos pontos altos do Logan. Mesmo três adultos acomodam-se ali com relativo conforto. As portas traseiras, aliás, contam com bom ângulo de abertura, facilitando o acesso.

Um dos opcionais que deverá ser bastante procurado é o Media NAV, sistema multimídia que já equipa alguns modelos da marca e que recebeu uma atualização no novo Logan. Agora, o equipamento conta com uma função chamada Eco-Drive que não só informa dados sobre o consumo do veículo, como ainda fornece dicas para uma condução mais econômica, “premiando” o motorista com estrelas. Assim, quanto mais o condutor poupar combustível, mais estrelas terá ao fim da viagem.

Para quem compartilha o carro com mais pessoas (filhos, esposa, marido, irmãos) esse equipamento poderá gerar uma saudável competição para ver quem economiza mais. Já para quem dirige o carro sozinho, a brincadeira pode tornar-se tediosa em pouco tempo.

Falando em economia, a Renault anuncia que a versão com motor 1.0 já conseguiu a classificação A no Programa de Etiquetagem do Inmetro. Já o modelo 1.6, de acordo com a nossa avaliação, não foi tão bem. No trajeto urbano, obteve média de 7,5 km/l; já em rodovias ele foi bem melhor, com 13,5 km/l, sempre abastecido com etanol.

Pelo que constatamos, o novo Logan deverá agradar ao público, pois é uma evolução em relação ao modelo anterior. A Renault acredita em um acréscimo de 20% nas vendas em relação à geração antiga, o que não parece muito pretensioso.

Para o consumidor,  a melhor notícia é que a chegada do novo sedã indica que estamos passando por um processo de modernização geral dos veículos à venda no país. O consumidor está ficando mais exigente e quer automóveis melhores, e as fabricantes, ao que parece, estão atentas a esse fenômeno. Ainda bem.  

 

Conclusão: 6,8

No nova versão Dynamique, a testada, o Logan agradou pelo estilo e nível de conforto. É preciso ficar atento para conferir se as demais configurações manterão esse padrão. O câmbio automático deverá chegar em breve.

Nossas medições

Aceleração 0-100 km/h     13s2
Retomada 60-120 km/h em 4ª     18s6
Frenagem 80 a 0 km/h (m)    25,2 
Consumo cidade (km/l)    7,5
Consumo estrada (km/l)    13,5 
Ruído a 120 km/h em 5ª (dB)    68,8 

Seu Bolso

Preço     R$ 42.100
Garantia     3 anos 
1ª revisão     R$ 213 
Versão básica (estimado)     R$ 42.100

Ficha técnica

Motor 4 cilindros, 8 válvulas, diant., transversal, flex; Cilindrada 1 598 cm3; Potência 106 cv a 5 250 rpm; Torque 15,5 mkgf a 2 850 rpm; Câmbio manual de 5 marchas; Tração dianteira; Comprimento 4,35 m; Largura 1,78 m; Altura 1,53 m; Entre-eixos 2,63 m; Porta-malas 510 l; Peso 1 070 kg

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