Demorou mais que o esperado, afinal, se você lembrar que essa geração do Honda CR-V foi lançada há mais de um ano, a chegada do motor adaptado para funcionar com etanol, gasolina ou a mistura em qualquer proporção dos dois combustíveis deveria ter ocorrido antes.
Agora, a fabricante pretende convencer os seus clientes — além, claro, de novos consumidores — de que a espera valeu a pena. E para isso, tratou de equipar o modelo com outros itens, além do motor flex. A chave, por exemplo, agora é do tipo canivete. Além disso, também há conexão Bluetooth em todas as versões e o alarme passou a ser ultrassônico (que atua mesmo que você deixe o cachorro dentro do carro, por exemplo).
Mas a principal novidade é mesmo o motor. Com um sistema batizado de FlexOne, ele dispensa o uso de gasolina nas partidas a frio, aquecendo o combustível nos dias em que a temperatura ambiente está mais baixa. Como a avaliação ficou restrita à pista de testes e o clima estava quente, não pudemos verificar o funcionamento do sistema, mas como se trata de um princípio já usado em outros modelos, como o Peugeot 208 1.6, não há motivos para duvidar de sua eficácia.
Vale lembrar que, como o CR-V é produzido no México, a Bosch (que produz o sistema de partida a frio) exporta o módulo àquele país para que ele seja incorporado ao veículo. Na prática, o Honda manteve os 155 cv da versão anterior, mas apenas com etanol. Quando abastecido com gasolina, a potência é limitada a 150 cv. De acordo com a fabricante, isso ocorre para manter a taxa de compressão (10,6:1).
Outra novidade é que a oferta da versão com câmbio manual está suspensa (sem previsão de retorno) e que, em breve, a Honda poderá importar uma nova configuração com tração 4×2 e acabamento mais sofisticado.
Por conta das limitações impostas pelo Inovar-Auto, a empresa decidiu trabalhar com três versões do CR-V: a LX 4×2 automática (R$ 98 900), a EXL 4×2 (R$ 109.900) e a EXL 4×4 (também automática), que custa R$ 114.900 e é a avaliada aqui. A ideia é que a opção mais acessível responda por 65% das vendas do modelo.
Em uma categoria em que a disputa está cada vez mais maior, é sempre bom oferecer novidades. Resta saber se um motor flex ainda tem poder de atração.
Média final: 7,4
Sem grandes modificações internas e externas, o CR-V renovou-se com o motor flex para atender aos consumidores e equiparar-se aos rivais, principalmente Kia Sportage e Hyundai ix35, que já ofereciam motores flex há tempos. – Wilson Toume
Nossas medições
Aceleração 0-100 km/h: 12s1
Retomada 60-120 km/h em Drive: 11s4
Frenagem 80 a 0 km/h (m): 26,2
Ruído a 120 km/h em 5ª (dB): 67,8
Seu Bolso
Preço (carro testado): R$ 114.900
Desvalorização (1 ano): 9,5%
Garantia: 3 anos
Financiamento (taxa mensal): 0,99%
parcela (50% de entrada + saldo em 36x): R$ 1.933
IPVA (4%): R$ 4 596
Seguro: R$ 2.742
1ª revisão: R$ 440
Versão básica: R$ 114.900
Ficha técnica
Motor 4 cilindros, dianteiro, transversal, flex ; Cilindrada 1.997 cm3; Potência 155 cv a 6 300 rpm; Torque 19,5 mkgf a 4 800 rpm; Câmbio automático, 5 marchas; Tração integral; Comprimento 4,53 m; Largura 1,82 m; Altura 1,65 m; Entre-eixos 2,62 m; Porta -malas 589 l; Peso 1.592 kg