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Teste: BMW X5

Estou ao volante da terceira geração do BMW X5, na versão xDrive50i M Sport. Sempre fui fã desse carrão que praticamente inaugurou a categoria dos SUVs de luxo. Por esse motivo, dirigi o modelo inúmeras vezes, em todas as suas atualizações. De cara, reparo que a gasolina está na reserva: um enorme aviso vermelho não me deixa esquecer. A tela com navegador e vários sistemas de conectividade (BMW ConectedDrive) mostra todos os postos de gasolina na região. Tentei acelerar e percebi que o carro não aceitava. Caramba! Que azar! Tenho que pegar justamente um X5 com problemas? Não era isso! O carro estava na posição Sport. Ou seja, com o seu motorzão 4.4 V8 Twin Power Turbo (450 cv, exatos 50 cv a mais que a anterior), bastava uma aceleradinha para a pouca gasolina secar no tanque. Por isso, algum daqueles controles eletrônicos (deve haver centenas), pensou por mim e me levou até o posto mais próximo.

Por sinal, eu passaria a ficar íntima desses controles. Na estrada, a uns 120 km/h, tentei fazer uma ultrapassagem em pista simples. Dei a seta e saí acelerando, mas surgiu outro carro na direção contrária. Pisei com tudo no freio, tentando voltar à minha pista, mas o BMW agiu por conta própria: não só o freio entrou em ação com muita força, como o cinto de segurança me prendeu no banco com tal “estupidez”, que, além do susto, eu quase perdi o fôlego. O X5 “entendeu” que eu estava em uma encrenca (e estava mesmo) e decidiu atuar por sua conta. Mas, sinceramente, não precisava de tanto!

Outro momento especial foi abrir o enorme teto solar e curtir o dia ensolarado, vendo as árvores passarem sobre minha cabeça. O X5 é enorme, mas muito fácil de dirigir. Com regulagens precisas do banco e do volante, consegui achar uma posição muito confortável e com plena visão: não percebi ângulos mortos. Um sistema eletrônico que não é novo, mas muito aperfeiçoado neste modelo, são os avisos projetados no para-brisas, em frente ao motorista. Além da velocidade, há vários alertas visuais, mostrando, por exemplo, a velocidade do carro da frente, a distância entre o seu carro e o próximo. Muito prático!

Esta versão testada, a M, é a mais esportiva da marca. Assim, Leonardo Barbosa, nosso editor de testes, foi para a pista avaliar o comportamento do carro. Veja o que ele obteve nos testes:

Aceleração — O teste foi realizado com o câmbio na posição Sport e no modo Sport+, que desliga automaticamente o controle de estabilidade e permite as trocas automáticas de marchas em rotações mais altas. O melhor número obtido nas quatro acelerações de 0 a 100 km/h foi de 5s7. Os números de fábrica indicam aceleração em 5 segundos.

Retomadas — Foram realizadas no modo Comfort+, no qual se percebeu que, na hora de acelerar, o câmbio automático de 8 marchas rapidamente reduzia duas ou três marchas, com o intuito de retomar a velocidade o mais rapidamente possível. De 40 km/h a 100 km/h, a retomada demorou exatos 4s5. 

Frenagens — Tanto nas frenagens com o veículo vazio quanto carregado com 200 kg, os números foram bons e os freios não apresentaram fading. Já com os freios aquecidos e o carro carregado com 200 kg, o X5 precisou de 37,9 m, vindo a 100 km/h, até parar. 

Ruído interno — Graças ao excelente isolamento acústico da carroceria e a uma boa espessura dos vidros, mesmo com o ronco do motor V8, o nível de ruído ficou dentro dos padrões de um veículo de luxo. Parado, com o motor ligado, o nível de ruído ficou em 43,9 dB (em ponto morto) e a 120 km/h atingiu 63,1 dB (em Drive). 

Consumo — Bem complicado. O X5 tem um modo de uso chamado Eco Pro, justamente para melhorar o consumo. No percurso urbano, realizado a uma velocidade média de 25 km/h, o consumo não passou de 4,3 km/l (com ar-condicionado ligado) e 4,8 km/l (com o ar-condicionado desligado). No percurso rodoviário a média foi de 8,5 km/l (ar-condicionado desligado) e 7,9 km/l (ar-condicionado ligado), ambos a uma velocidade de 110 km/h. A BMW destaca que, apesar do ganho de desempenho, o novo X5 melhorou em 17% a sua eficiência com relação ao consumo. Mas, economia de gasolina, definitivamente, não é o ponto forte deste modelo.

Estabilidade — Com tração integral, controle de estabilidade e um conjunto de rodas aro 20”, o X5 manteve-se muito estável mesmo nas curvas mais fechadas e em alta velocidade.

Saindo da pista e voltando ao dia a dia, destaco a facilidade de regulagem das suspensões, passando de Comfort ao Sport (ou ao Eco Pro), girando um botão. No Sport, em situações de velocidade muito rápida, a suspensão fica mais dura e a assistência da direção diminui, dando mais emoção à condução. 

Nem parece que se trata de um carrão familiar, capaz de transportar até sete pessoas com todo o conforto (com duas telas exclusivas para os passageiros do banco do meio). O câmbio automático de 8 marchas também conta com borboletas junto ao volante, que reforçam a esportividade, se a vontade for de acelerar. A máxima é limitada a 250 km/h. 

Vale destacar outra situação inusitada: dirigindo à noite na estrada, um sistema identificou pessoas no acostamento e imediatamente acionou uma luz auxiliar lateral. Mais uma “pegadinha” deste carro cheio de vontades. Soube, depois, tratar-se do BMW Night Vision, cuja câmera infravermelha reconhece pessoas ou animais pela temperatura corporal e a imagem é também projetada no monitor do sistema iDrive e no centro do quadro de instrumentos.

Por fim, preço baixo, como se sabe, nunca foi o forte deste modelo, ainda mais na versão equipada com o pacote esportivo M. Assim, se você quiser reunir conforto, esportividade e um dos melhores conjuntos de tecnologias de segurança e de estabilidade no seu próximo veículo, terá de desembolsar a “módica” quantia de R$ 429 950 da sua poupança. Ou, quem sabe, investir o seu 13° salário neste carrão. Quem pode, pode!

Nossas medições

Aceleração 0-100 km/h: 5s7
Retomada 60-120 km/h em Drive: 5s3
Frenagem 80 a 0 km/h (m): 23,8
Consumo cidade (km/l): 4,5
Consumo estrada (km/l): 8,3
Ruído a 120 km/h em Drive (dB): 63,1

Seu Bolso

Preço (carro testado): R$ 429.950
Desvalorização (1 ano): 11,2% 
Garantia: 2 anos 
Financiamento (taxa mensal): 0,99%
parcela (50% de entrada + saldo em 36x): R$ 7.234 
IPVA (4%): R$ 17.198 
Seguro: R$ 10.960 
1ª revisão: R$ 700 
Versão básica: R$ 399.950

Média final: 8,1 

Mesmo oferecendo espaço para transportar toda a família, o novo X5 não é difícil de manobrar, graças aos diversos sistemas de assistência ao condutor. O porte do SUV, porém, não ajuda no consumo de gasolina. – Isabel Reis

Ficha técnica

Motor V8, turbo, dianteiro, longitudinal; Cilindrada 4.395 cm3; Potência 450 cv de 5.000 rpm a 6.000 rpm; Torque 66,3 mkgf de 2.000 rpm a 4.500 rpm; Câmbio automático, 8 marchas; Tração integral; Comprimento 4,88 m; Largura 1,93 m; Altura 1,76 m; Entre-eixos: 2,93 m; Porta-malas 575 l; Peso 2.250 kg

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