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Tesla: elétrico não é reação a preço do petróleo

Poucas horas depois de a Tesla lançar o Model X, seu primeiro SUV, em sua sede na Califórnia (EUA), um de seus principais executivos esteve no Brasil (na última sexta, dia 1º) participando de um seminário, em São Paulo. JB Straubel, chefe de tecnologia e pesquisa (CTO) da empresa de carros elétricos, afirmou que a decisão de apostar nesse típo de veículo nunca foi mera resposta ao preço do petróleo.


“Quando começamos, em 2003, o barril de petróleo custava cerca de US$ 30”, disse Straubel, ao comentar o momento atual, que também é de baixa no valor do combustível fóssil (cerca de US$ 47/barril). Segundo ele, um dos problemas da indústria automotiva convencional (ou seja, que usa motores a gasolina ou diesel) é justamente esse: “Quando sobe o preço do óleo, as montadoras têm de correr para se adaptar, fabricando modelos mais eficientes”, criticou Straubel.

A contrapartida é que, havendo redução no preço do barril, perde-se o interesse pelo desenvolvimento de novas tecnologias — e, portanto, de carros melhores. “A indústria opera em ciclos”, criticou Straubel. “Os consumidores percebem quando elas fazem greenwashing“, completou, usando um termo que significa “esverdear” o carro (no sentido de fazê-lo parecer mais ambientalmente correto do que de fato é).


Os planos da Tesla para mudar esse modus operandi passam pela autossuficiência em armazenamento e fornecimento de energia elétrica, vale dizer, a própria Tesla vai fazer baterias de íons de lítios numa megafábrica nos EUA a ser inaugurada em 2020, com capacidade de produção equivalente a 50 GW/hora de energia por ano. Também fará investimentos em infra-estrutura de abastecimento, com a criação de pontos de recarga próprios.

É como se fossem postos de combustível com bandeira Tesla, só que oferecendo eletricidade no sistema plug-in.

MODEL 3 A CAMINHO
Operando desde 2003, quando lançou o Roadster (já descontinuado), a Tesla conta com dois modelos em seu portfólio: o sedã Model S (preço bruto de US$ 75 mil a US$ 105 mil, sem contar incentivos governamentais) e o SUV Model X (ainda em fase de pré-venda). Para 2017, promete o Model 3, que concorrerá na faixa de sedãs premium (Audi A4, BMW Série 3, Mercedes-Benz Classe C). Em junho último, o Model S chegou às 75 mil unidades emplacadas em todo o mundo.

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