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Renovação levada a sério

A Nissan está providenciando um intenso trabalho de renovação da sua gama no México, e o fruto mais recente desse processo é o novo Sentra, apresentado como linha 2013 naquele país. Ao contrário do Brasil, onde é classificado como sedã médio, no México o modelo disputa o segmento de sedãs compactos e recebeu as mesmas atualizações visuais presentes nos demais carros da marca.

Isso explica a sua grande semelhança com o Altima, sedã grande cuja chegada ao Brasil também está confirmada para este ano. Ainda no campo das características comuns, o novo Sentra é tão espaçoso quanto o Versa, já conhecido por nós brasileiros, mas fica a dever em alguns equipamentos de segurança. Nesse ponto ele não vai muito além daquilo que podemos encontrar em seus “primos menores”, como a oferta de ABS e airbag duplo. Esse é um aspecto negativo, uma vez que a concorrência oferece mais nesse aspecto.

De qualquer maneira, a quarta geração do Sentra conta com mudanças profundas, pois agora ela passa a ser construída sobre a plataforma B da aliança Renault-Nissan, o que lhe proporcionou um sensível aumento de 6 cm no comprimento e de 2 cm no entre-eixos. Isso se traduz em um maior espaço interno e em um comportamento dinâmico mais estável.

A área interna maior permite também que o banco traseiro acomode três adultos com espaço de sobra para pernas e cabeça. Além disso, o porta-malas com 503 litros de capacidade atende bem às necessidades de todos os passageiros.

O painel e o console central possuem formas que seguem a tendência da marca, e a qualidade dos materiais é facilmente percebida. As peças plásticas são bem montadas e, ao menos na unidade avaliada, alguns detalhes que simulam madeira enfeitavam o painel. Com uma clara orientação para a comodidade, o Sentra conta com recursos como keyless, sistema de áudio completo com Bluetooth, computador de bordo e trio elétrico, entre outros.

A versão mais cara acrescenta rodas de liga leve, teto solar, ar-condicionado de duas zonas, controlador de velocidade e GPS como itens principais. Mas, apesar do airbag duplo e do ABS de série, falta-lhe o controle de estabilidade, indisponível mesmo como opcional.

Apesar dos avanços em desenho, acabamento e equipamentos, o que está por baixo da “pele” do Nissan Sentra não combina com essa nova imagem.

No México ele conta com um novo motor 1.8, com comando de válvulas variável, que entrega 129 cv e 17,7 mkgf de torque com gasolina, o que ajuda a melhorar o consumo em relação ao 2.0, mas não se mostra muito à vontade para mover o três-volumes. Vale destacar que, no Brasil, ele seguirá com o 2.0 flex. 

O câmbio CVT compartilhado com o Altima (há opção de caixa manual para as versões de entrada) convence quando a ideia é reduzir consumo e oferecer mais comodidade, mas ele limita o desempenho do sedã, na medida em que não entrega o torque com a rapidez necessária para algumas manobras. Essa é a mesma transmissão que será oferecida por aqui. 

As arrancadas com o motor 1.8 não empolgam e, mesmo pressionando o acelerador ao fundo, o sedã parece “amarrado” — embora o indicador do conta-giros permaneça próximo dos 6.000 rpm. Com isso, o ruído do motor invade a cabine, tornando qualquer conversa quase impossível.

Focado no conforto, a sua direção é suave e possui mais de três voltas entre batentes. Ela não se destaca pela precisão, mas sim pela facilidade de utilização. O rodar do Sentra é macio e a suspensão filtra bem as imperfeições do piso, o que cobra a conta na hora de enfrentar uma estrada repleta de curvas e em velocidades mais elevadas. O subesterço é uma constante nessa situação.

O Sentra não é um carro que transmita ao motorista muita informação sobre o que está ocorrendo entre as rodas e o chão. Logo, não espere muita esportividade deste três-volumes.

Com relação aos freios, o Nissan tem um pedal de acionamento suave e curso longo, que transmite a sensação de que o carro precisa de uma distância maior para parar. Mas, nas situações de emergência, as frenagens ocorrem sem sobressaltos e de maneira linear. Vindo a 100 km/h, a parada é feita na marca de 40 metros e sem sinais de fading (perda da eficiência por sobreaquecimento), que só vão aparecer após exigir o sistema repetidamente.

Sem dúvida nenhuma, a Nissan apresentou o melhor Sentra de toda história do modelo, sendo que o ambiente urbano é o seu hábitat. Nele, podemos tirar vantagem da comodidade da caixa CVT e do baixo consumo do motor 1.8. Já em saídas ocasionais para a estrada, você não terá um desempenho muito satisfatório. O mesmo ocorrerá se desejar manter um ritmo mais rápido no trânsito urbano.

Ao menos durante a nossa avaliação, foi fácil perceber que o Sentra ganhou “presença” com o visual renovado. O carro apresenta manuseio agradável e sem complicações. Além disso, conta com o respaldo de uma marca como a Nissan.

No Brasil, a versão SL topo de linha contará com motor 2.0 de 140 cv e câmbio CVT. Como noticiado pelo Carro Online, o preço praticado será de R$ 71.990 em regime de pré-reserva. As demais opções chegarão às concessionárias em outubro. 

Dados da fabricante (Nissan Sentra oferecido no México)

Motor 4 cilindros, dianteiro, transversal; Cilindrada 1.798 cm3; Cabeçote 4 válvulas por cilindro; Potência 129 cv a 6.000 rpm; Torque 17,7 mkgf a 3.600 rpm; Câmbio continuamente variável (CVT); Tração dianteira; Rodas liga leve, aro 17”; Suspensão dianteira McPherson; Suspensão traseira eixo de torção; Comprimento 4,63 m; Largura 1,76 m; Altura 1,50 m; Entre-eixos 2,70 m; Porta-malas 503 l; Peso 1.297 kg 

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