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Renault Sandero R.S. quer fazer o motorista sorrir

No peculiar vocabulário dos aplicativos de mensagens por celular, o que importa é passar o recado rapidinho, e muitas palavras viram abreviações ou perdem letras. Assim, caso o interlocutor tecle algo divertido (ou absurdo), você pode usar “rs” para dizer “risos”. Por exemplo:

— cara, a renault lançou um sandero esportivo!
— rs

Tudo bem, foi uma piada (rsrsrs), mas é mesmo verdade que a fabricante francesa está colocando no mercado uma versão apimentada do hatch — com direito à assinatura da divisão esportiva da marca, a Renault Sport, ou R.S. (com pontos). Trata-se do primeiro carro produzido fora da Europa a merecer essa distinção.


A graçola com o R.S. (“chegou o Sandero Risos!”) foi repetida por todos os jornalistas que acompanharam a apresentação do modelo, no Autódromo de Curitiba (PR). Ela mal esconde a perfídia: Sandero esportivo só pode ser brincadeira, né? A boa notícia é que… não.

A Renault deu duro para criar um hot hatch respeitável a partir de um modelo cujos principais apelos são o espaço interno e o custo-benefício. O projeto consumiu um total de 120 mil horas de trabalho de 75 engenheiros da matriz, todos com o foco voltado ao Brasil e a outros mercados emergentes (na Europa, o Sandero é vendido com o emblema da romena Dacia, que pertence à Renault desde 1998).

A solução para o conjunto motriz foi caseira: o motor é o 2.0 flex de 16 válvulas do Duster, recalibrado para ganhar 2 cv e 0,7 kgfm de torque na comparação com o SUV (150 cv e 20,9 kgfm com etanol); e o câmbio é o manual do mesmo modelo, mas com as seis marchas mais curtas. O resultado é um melhor aproveitamento do torque, especialmente em 3ª e 4ª marchas.

Supondo que você vá pilotar o Sandero R.S. num autódromo, isso significa que será possível baixar seu tempo nas saídas de curvas. Se o uso for no trânsito, sobrará agilidade para encarar o habitual anda e para urbano. A razão peso-potência do hatch é de 7,7 kg/cv; a aceleração de 0 a 100 km/h é feita em 8s; e a velocidade máxima chega a 202 km/h.

Outras mudanças foram molas dianteiras mais duras à frente e eixo de torção traseiro menos flexível; a adoção de freios a disco traseiros; e as rodas de 16″ (pneus 195/55) de série, ou 1″ maiores que as do Sandero Dynamique. Quem quiser um jogo de aro 17″ (pneus 205/45) pagará R$ 1.000 além dos R$ 58.880 do preço sugerido. É o único opcional para esta versão do hatch.


ESCOLHA O MODO
O Sandero R.S. possui um seletor de modo de condução com duas opções: a Sport, com respostas mais rápidas do acelerador e ronco do motor amplificado, e a Sport+, que desliga os controles de estabilidade e de tração. Para incrementar a receita esportiva, o modelo traz itens visuais sem função dinâmica (grafismo dos bancos) e outros com (defletor traseiro aumentado). E ocupa o topo da gama com seu bom pacote de equipamentos: entre outros, inclui luzes diurnas de LEDs, central multimídia com navegador, ar-condicionado digital etc.

A experiência de dirigir o Sandero R.S. é ambivalente. No dia-a-dia ele pode parecer duro, e devido à direção rápida o volante trepida ao passar sobre imperfeições. Na pista, porém, o modelo se sente em casa, contornando curvas agarrado ao asfalto e disparando nas retas.

Não chega a ser um foguete, mas é quentinho. E provoca sorrisos, e não risos.

Viagem a convite da Renault

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