Com motor central-traseiro, novo Corvette bebe da fonte dos superesportivos europeus
Diz o ditado que regras são feitas para serem quebradas. A oitava geração do Corvette estreia com muita pompa nos Estados Unidos para romper uma tradição mantida há sete gerações do esportivo: o motor longitudinal montado na dianteira. Esta oitava linhagem traz o V8 disposto na região central-traseira do carro, o que exigiu que o ícone americano fosse reprojetado do zero e ganhasse uma aura de superesportivo italiano. O objetivo dos engenheiros da General Motors era claro: com a nova posição do motor, seria possível ter maior equilíbrio de massa entre os eixos, mais aderência das rodas traseiras e proporcionar ao motorista sensação de controle elevada (graças à cabine mais avançada). “O Corvette tradicional, com motor dianteiro, havia atingido o limite da performance. Precisávamos de um novo arranjo para ir além”, enfatiza o presidente da fabricante norte-americana, Mark Reuss.
O novo posicionamento do motor fez com que o estilo do Corvette rompesse com o passado – olhe para o carro das fotos e diga se não parece um Ferrari dos anos 2000? O capô está significativamente mais curto e baixo, mas mantém os vincos que são a marca registrada do modelo. Na lateral, o destaque é a entrada de ar, posicionada após a porta, e a coluna dianteira, que volta a vir pintada na cor da carroceria. A traseira manteve as quatro saídas de escapamento, agora dividida em duplas, uma em cada extremidade do para-choque. As lanternas e o defletor traseiro, por sua vez, resgatam o laço com o antecessor e até mesmo o “irmão” Camaro.
Na fita métrica, o Corvette cresceu 137 mm em comprimento (4.630 mm ao todo), 57 mm em largura (1.934) e 12 mm na distância entre-eixos (2.722) – a altura foi reduzida em apenas 1 mm (1.234). Como o novo cofre do motor, agora há dois compartimentos de bagagens, que somam 357 litros de capacidade ao todo.
Recurso interessante é o de elevação da suspensão (do tipo duplo A nos dois eixos), que aumenta em até 40 mm a distância em relação ao solo da dianteira a fim de proteger o para-choque de impactos contra valetas e rampas íngremes. O sistema pode erguer automaticamente a altura em 2s8 e operar a até 39 km/h. A elevação pode ser feita automaticamente por meio do GPS, capaz de identificar até 1.000 pontos onde o pavimento pode ser de difícil transposição.
Na cabine, há bancos elétricos com memória de posição para motorista e passageiro, volante com aquecimento, alerta de pressão máxima do pneu (para situações de uso extremo em pista) e duas opções de som de alta fidelidade fornecido pela Bose (com até 14 alto-falantes). Há ainda uma câmera de alta resolução que pode ser programada para gravar o trajeto cada vez que o carro é ligado ou somente no modo “manobrista”.
A produção do novo Corvette será iniciada no final deste ano, na tradicional fábrica da General Motors em Bowling Green, no Kentucky, nos Estados Unidos. A empresa ainda não revelou as especificações de preços e acabamento, mas garantiu preço de partida abaixo dos 60 mil dólares. As chances de o “Vette” chegar oficialmente ao Brasil são praticamente nulas. Porém, uma importadora independente baseada em São Paulo anunciou que já tem ao menos 8 pedidos de clientes do País. O valor estimado pela empresa é de R$ 600 mil, cerca de 1/3 do cobrado por um Ferrari 488 GTB por aqui. A Chevrolet revelou o preço oficial do Corvette Stingray 2020, que parte de 59.995 dólares, em torno de R$ 241 mil.