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Novo Corvette: motor central-traseiro e inspiração italiana

Com motor central-traseiro, novo Corvette bebe da fonte dos superesportivos europeus

Diz o ditado que regras são feitas para se­rem quebradas. A oitava geração do Cor­vette estreia com muita pompa nos Es­tados Unidos para romper uma tradição mantida há sete gerações do esportivo: o motor longitudinal montado na dianteira. Esta oi­tava linhagem traz o V8 disposto na região cen­tral-traseira do carro, o que exigiu que o ícone americano fosse reprojetado do zero e ganhas­se uma aura de superesportivo italiano. O obje­tivo dos engenheiros da General Motors era cla­ro: com a nova posição do motor, seria possível ter maior equilíbrio de massa entre os eixos, mais aderência das rodas traseiras e proporcionar ao motorista sensação de controle elevada (graças à cabine mais avançada). “O Corvette tradicio­nal, com motor dianteiro, havia atingido o limite da performance. Precisávamos de um novo arranjo para ir além”, enfatiza o presidente da fabricante norte-americana, Mark Reuss.

Logo atrás dos bancos, o Corvette “de entra­da” traz um 6.2 V8 com 498 cv de potência e 64,3 kgfm de torque, números que podem chegar a 502 cv e 65 kgfm com a adoção de escapamento especial (vendido como opcional). O câmbio é um novo automatizado de dupla embreagem e oito marchas – não haverá opção manual nesta ge­ração. A marca promete aceleração de zero a 96 km/h em menos de três segundos quando equi­pado com o pacote de performance Z51.

O novo posicionamento do motor fez com que o estilo do Corvette rompesse com o passado – olhe para o carro das fotos e diga se não parece um Ferrari dos anos 2000? O capô está significa­tivamente mais curto e baixo, mas mantém os vin­cos que são a marca registrada do modelo. Na la­teral, o destaque é a entrada de ar, posicionada após a porta, e a coluna dianteira, que volta a vir pintada na cor da carroceria. A traseira manteve as quatro saídas de escapamento, agora dividi­da em duplas, uma em cada extremidade do pa­ra-choque. As lanternas e o defletor traseiro, por sua vez, resgatam o laço com o antecessor e até mesmo o “irmão” Camaro.

Na fita métrica, o Corvette cresceu 137 mm em comprimento (4.630 mm ao todo), 57 mm em largura (1.934) e 12 mm na distância entre-eixos (2.722) – a altura foi reduzida em apenas 1 mm (1.234). Como o novo cofre do motor, agora há dois compartimentos de bagagens, que somam 357 litros de capacidade ao todo.

Recurso interessante é o de elevação da sus­pensão (do tipo duplo A nos dois eixos), que au­menta em até 40 mm a distância em relação ao solo da dianteira a fim de proteger o para-choque de impactos contra valetas e rampas íngremes. O sistema pode erguer automaticamente a altura em 2s8 e operar a até 39 km/h. A elevação pode ser feita automaticamente por meio do GPS, ca­paz de identificar até 1.000 pontos onde o pavi­mento pode ser de difícil transposição.

Na cabine, há bancos elétricos com memória de posição para motorista e passageiro, volante com aquecimento, alerta de pressão máxima do pneu (para situações de uso extremo em pista) e duas opções de som de alta fidelidade forneci­do pela Bose (com até 14 alto-falantes). Há ain­da uma câmera de alta resolução que pode ser programada para gravar o trajeto cada vez que o carro é ligado ou somente no modo “manobrista”.

Com apenas dois raios, o volante traz base e topo achatados. Duas enormes telas digitais fa­zem as vezes de quadro de instrumentos e cen­tral multimídia. O console central é alto e traz uma solução que não parece muito ergonômica à pri­meira vista, com 20 botões enfileirados vertical­mente para controle do sistema de ar-condicio­nado e climatização dos bancos. Os bancos do tipo concha podem ter até 3 desenhos diferen­tes e 6 opções de cores, assim como os cintos de segurança.

A produção do novo Corvette será iniciada no final deste ano, na tradicional fábrica da General Motors em Bowling Green, no Kentucky, nos Es­tados Unidos. A empresa ainda não revelou as especificações de preços e acabamento, mas garantiu preço de partida abaixo dos 60 mil dóla­res. As chances de o “Vette” chegar oficialmente ao Brasil são praticamente nulas. Porém, uma im­portadora independente baseada em São Pau­lo anunciou que já tem ao menos 8 pedidos de clientes do País. O valor estimado pela empresa é de R$ 600 mil, cerca de 1/3 do cobrado por um Ferrari 488 GTB por aqui. A Chevrolet revelou o preço oficial do Corvette Stingray 2020, que parte de 59.995 dólares, em torno de R$ 241 mil.

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