De olho no segmento que mais cresce em todo o mundo, a Mercedes do Brasil apresentou ontem em Itu, no interior de São Paulo, os novos integrantes de sua linha de SUVs: o GLC (ex-GLK) e o GLE Coupé. De acordo com a nova nomeclatura utilizada pela fabricante alemã para definir seus utilitários, as duas primeiras letras referem-se a Geländewagen (utilitário esportivo, em alemão, em tradução livre), e a última remete à plataforma da qual o carro deriva. Assim, GLA é o SUV da Classe A, GLC o da Classe C, GLE o da Classe E etc. Por conta do cenário econômico conturbado, os executivos da Mercedes-Benz evitaram falar em expectativa de vendas, mas a ideia é manter os bons resultados obtidos em 2015, pelo menos.
Inicialmente, os dois novos modelos estarão disponíveis apenas com uma opção de conjunto mecânico. A tendência, porém, é de que as configurações mais “apimentadas” AMG sejam incorporadas ao catálogo nacional no decorrer deste ano. Outra novidade anunciada durante a apresentação do GLC e do GLE Coupé foi o início das vendas do GLS (ex-GL), com capacidade para até sete ocupantes, em abril. O modelo será oferecido na configuração 350 a diesel, com preços partindo de R$ 393.900.
COMPACTO INTERMEDIÁRIO
Construído sobre a base dos modelos da Classe C, o GLC foi lançado no mercado europeu em meados do ano passado e está chegando agora ao país em duas versões de acabamento (250 4Matic e 250 4Matic Sport), ambas equipadas com motor 2.0 turbo de quatro cilindros, capaz de entregar 211 cv e 35,7 kgfm. O câmbio é automático de nove marchas e a tração é integral 4Matic.
O novo modelo exibe uma bela evolução em relação à geração anterior, cujo motor 2.2 (também turbo e de quatro cilindros) gerava 170 cv e 40,8 kgfm e usava câmbio de sete marchas. A maior mudança, contudo, está no visual. O SUV médio-compacto, que é produzido na Alemanha, agora exibe linhas bem mais agradáveis e elegantes que o estilo repleto de cortes retos e abruptos do seu antecessor.
Além do design contemporâneo, o GLC cresceu 118 milímetros no entre-eixos e 50 milímetros na largura, o que se reflete no bom espaço interno e conforto proporcionado aos ocupantes e à bagagem (o porta-malas tem capacidade para 550 litros, 80 litros a mais que o GLK). O melhor, porém, é que esse aumento nas dimensões foi conseguido em conjunto com a redução de 80 kg no peso do veículo, graças ao uso de materiais mais leves na sua construção. Só a estrutura do carro responde por 50 kg no total aliviado.
CONDUÇÃO ECO
Como em quase todos os automóveis modernos, a eficiência foi uma das grandes preocupações dos projetistas da Mercedes-Benz ao elaborar o GLC. Além da carroceria com linhas fluidas — que proporcionou um melhor desempenho aerodinâmico (Cx de 0,31) — o novo modelo conta com a opção de condução Eco, que, como o nome indica, permite dirigir sem gastar muita gasolina. Sem falar no câmbio de nove marchas, com o qual é possível manter velocidades de cruzeiro (principalmente em rodovias) com o motor em baixas rotações.
Por falar nisso, avaliamos o GLC em um percurso por estradas pelo interior paulista, no qual foi possível constatar o bom comportamento do SUV médio-compacto. O principal destaque é o sistema Dynamic Select, acionado por meio de uma tecla no console central. Com cinco opções (Comfort, Eco, Sport, Sport+ e Individual), o equipamento ajusta acelerador, direção e câmbio para responderem de acordo com o programa selecionado. Nos modos esportivos, o carro ganha em agilidade, enquanto no Comforto e no Eco, a suavidade e a economia de combustível, respectivamente, são priorizados.
As duas versões do GLC 250 são muito bem equipadas de série, mas a Sport se diferencia pelo acabamento esportivo AMG Line, além de itens como assistente de estacionamento (para vagas longitudinais ou perpendiculares), teto solar panorâmico, tampa do porta-malas com acionamento elétrico, entre outros. O GLC parte de R$ 222.900 na configuração de entrada e de R$ 264.900 na Sport.
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NA ONDA DOS SUVs E CROSSOVERS
É inegável que a boa aceitação do BMW X6 acabou forçando a entrada da Mercedes na “categoria” dos SUVs cupês, o que ocorreu com o GLE Coupé, apresentado pela primeira vez ao público no Salão de Detroit do ano passado. A linha GLE (que deriva dos Classe E), aliás, é produzida na unidade americana da Mercedes-Benz, em Tuscaloosa, no Alabama. Logo ao primeiro olhar, não há como dissociar o modelo do X6.
Afinal, o formato em cunha da traseira é o mesmo. Apesar da similaridade, o Mercedes GLE Coupé causa ótima impressão. Como o “irmão menor”, esse SUV cupé é oferecido em duas versões de acabamento (400 4Matic e 400 4Matic Night), mas com o mesmo conjunto motriz: motor V6 de 3 litros com 333 cv e 49 kgfm, associado ao câmbio 9G-Tronic automático de nove marchas (o mesmo do GLC) e tração integral permanente.
Mas, diferentemente do modelo menor, o GLE Coupé tem foco na esportividade. Tanto que não conta com opção de condução econômica no sistema Dynamic Select (ajustado por meio de um seletor giratório no console) e traz suspensão pneumática Airmatic, que também tem carga modificada de acordo com o modo de condução selecionado. Em vez da opção Eco, o GLE conta com a Slippery, que melhora a condução sobre pisos com pouca aderência, como areia ou lama. A suspensão a ar ainda diminui a altura da carroceria em relação ao piso quando o carro está em velocidades mais elevadas, melhorando a aerodinâmica do veículo.
Em ação, o SUV cupê da Mercedes agradou pelo bom comportamnto dinâmico, principalmente com o Dynamic Select ajustado no modo Sport+. As respostas da direção são muito rápidas, assim como o acelerador, o que proporciona muita agilidade nas manobras. A suspensão mostrou-se na medida certa, embora não tenhamos conduzido o carro em trechos urbanos tanto quanto gostaríamos. O sistema a ar, porém, deve garantir o conforto.
Como motor e câmbio respondem perfeitamente nos modos Sport+ e Comfort, proporcionando rapidez e comodidade, o motorista nem precisa usar as borboletas junto ao volante para comandar as trocas de marcha. Mas é bom saber que elas estão ali, especialmente quando se deseja utilizar o freio-motor. Por falar em segurança, o Coupé conta com sistema de pré-carregamento dos freios, que detecta quando o motorista tira o pé do acelerador com rapidez, indicando que poderá frear com mais intensidade e já se antecipa, aproximando as pastilhas dos discos. O mesmo sistema atua sob chuva, mas para manter os freios sempre secos.
E embora trate-se de um veículo com perfil esportivo, o GLE Coupé, não esquece dos demais ocupantes e trata todos muito bem. O espaço na traseira, por exemplo, é exemplar e os ocupantes não têm dificuldade para se acomodar e ainda contam com mimos como saídas de ar-condicionado exclusivas e opção de ajuste da temperatura (o ar-condicionado é de três zonas)e teto solar panorâmico. O porta-malas acomoda 650 litros de bagagem com os bancos na posição normal e pode ser ampliado com o rebatimento deles (bipartidos em 1/3 e 2/3).
O GLE Coupé parte de R$ 415.900 na versão 400 4Matic, podendo chegar aos R$ 425.900.
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