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Mercedes Classe E chega ao Brasil megatecnológico

A décima geração do Mercedes-Benz Classe E ainda não foi lançada comercialmente, mas já está prontinha e CARRO ONLINE testou na Europa, em primeira mão, a versão E 300, cotada para o mercado brasileiro. As vendas no Velho Continente começam em 9 de abril, e o carro chega ao nosso país no último trimestre do ano, perto do Salão do Automóvel de São Paulo — mas a fabricante alemã ainda não definiu a gama que virá, nem os preços.

Toda análise de um carro trata de design, acabamento e desempenho, mas no caso do Classe E é preciso destacar as tecnologias embarcadas que o deixam um passo à frente dos seus principais concorrentes (BMW Série 5 e Audi A6). Na vedade, a Mercedes-Benz trará ao Brasil um sedã dotado de condução semiautônoma, graças ao desenvolvimento de sistemas que operam numa frequência de radar permitida em nosso país (o Classe S possui a mesma capacidade, mas ajustadas a outra frequência).

Um exemplo é o pacote Driver Assistance, que reúne equipamentos como um piloto automático que usa câmeras e sensores para manter o carro na velocidade permitida e dentro da faixa correta. Tomando como base o carro que vai à frente, o Classe E trafega na velocidade ideal para manter distância e trajetória seguros. Caso não haja um carro para isso, o Mercedes usa um sistema de leitura da sinalização para manter o carro na velocidade permitida, e faz a leitura das faixas pintadas no asfalto para manter-se no traçado. 

O sistema também é capaz de fazer curvas moderadas; caso o motorista precise assumir o volante, o painel exibe um aviso em amarelo. Outra função interessante é a mudança de faixa automática: basta o motorista acionar a seta. Praticamente um motorista robótico, o Driver Assistance trabalha acionando acelerador, freios e volante de maneira sutil.

Só que, devido à legislação de trânsito, o motorista não pode ficar muito tempo sem as mãos no volante. Em alguns segundos, o carro emite uma série de avisos sonoros e visuais para que se retome o domínio do carro. Caso isso não aconteça, o Classe E terá sua velocidade reduzida para 60 km/h, e depois ele simplesmente para — independentemente da faixa em que esteja — e liga o pisca-alerta (para voltar a rodar, basta pegar o volante e pisar no acelerador).

O novo Classe E também possui o Active Braking Assist, que freia o modelo totalmente quando trafegando em velocidades de até 100 km/h, caso encontre um congestionamento adiante — o que evita colisões na traseira. Há também detecção de veículos se aproximando em cruzamentos; neste caso, a frenagem evitará a batida se o Classe E estiver a até 70 km/h. Nas duas situações citadas, o Braking Assist também é acionado em velocidades superiores, mas apenas diminui a gravidade do acidente, sem evitá-lo.

DESVIANDO
O Evasive Steering Assist é um outro sistema de segurança notável do Classe E, que responde ao gesto do motorista de esterçar o volante bruscamente para desviar de pedestre ou mesmo de outro carro: o sistema assume o controle da manobra e “devolve” o carro ao motorista depois de estabilizado, quando em velocidades até 70 km/h. O Steering Assist só entra em ação se o motorista realizar o primeiro movimento. Caso contrário, são os outros sistemas de segurança que atuarão.

Um dispositivo que poderia ser chamado de “antibarbeiragem” é o Active Lane Keeping Assit. Quando percebe que o motorista vai invadir uma das faixas ao lado e provocar uma batida, ele freia as rodas internas ao movimento e acerta o volante para que o motorista não realize a manobra (o aviso de ponto cego também emitido um alerta, em vermelho, no retrovisor). O sistema funciona inclusive em vias de mão dupla, para evitar colisões frontais.

O novo Classe E possui faróis inteligentes formados por 84 pontos de LED, que alteram o facho de luz automaticamente em diversas situações, como ao cruzar com outro veículo na estrada ou ao dobrar uma esquina. O Parking Assist é tido como um dos mais modernos do segmento: é capaz de estacionar sozinho em vagas de rua, de prédio e conta com uma tecnologia inédita: o carro é estacionado com o motorista do lado de fora, controlando a velocidade da manobra pelo celular (o volante é controlado automaticamente por meio de sensores e câmeras).

GUIANDO O CLASSE E 
Durante apresentação do modelo na região de Lisboa, capital de Portugal, CARRO ONLINE dirigiu o Mercedes-Benz E 300, dotado de motor 2.0 turbo a gasolina de 245 cavalos, que trabalha acoplado a uma caixa de câmbio automática de nove velocidades. Foram 120 km nas estradas lusitanas, algumas com traçado bem sinuoso.

De acordo com a fabricante, o E 300 acelera de 0 a 100 km/h em 6s3. Na prática, ele entrega boa aceleração, que atinge com naturalidade a velocidade máxima da via. A troca de marchas é sutil, quase imperceptível para o motorista. A direção elétrica é bastante leve dentro da cidade e rígida na estrada.

O Classe E oferece cinco modos de condução: Eco, Comfort, Dynamic, Sport e Sport+. Cada um deles possui tempo de troca de marcha e ajustes de suspensão, de direção e do escapamento específicos. A suspensão pneumática (a ar) é opcional na Europa, mas pode ser de série no pacote vendido no Brasil. 

A posição de dirigir é favorecida pelos bancos dinâmicos da Mercedes-Benz, que inflam as bordas e literalmente abraçam motorista e passageiro nas curvas. O head-up display inclui as informações do GPS, facilitando ainda mais a vida do motorista, que não precisa olhar para a tela central do painel para seguir a navegação.

DESENHO E ACABAMENTO
O novo Classe E adotou a identidade visual da Mercedes-Benz, ficando muito parecido ao Classe C (abaixo dele) e ao Classe S (acima), principalmente quando visto de frente. Para quem acha isso ruim, Hans Vayhinger, executivo que desenvolveu o Classe E, explicou durante a apresentação: “Eu não gostaria que meus filhos fossem completamente diferentes um do outro. Pensando assim, acreditamos que nosso cliente gostaria de uma identidade visual mais próxima entre nossos carros.”

A nova grade frontal ficou maior em relação à anterior e tem novo desenho, com duas barras horizontais quando a estrela está incrustada nela, ou três quando o emblema está no capô. O farol ganhou forma ovalada e sóbria (o antigo parecia um amendoim). A parte inferior do parachoque, toda em preto, ficou mais agressiva. Na traseira, as lanternas diminuíram e ficam limitadas ao paralamas. A tampa do porta-malas ganhou linhas mais arredondadas.

Internamente, montagem e qualidade dos materais são impecáveis, entregando o que se espera de um carro do segmento. Na verdade, o Classe E talvez traga até um pouco mais do que os seus principais concorrentes — caso do duplo painel digital, que não existe em Série 5 e A6. Trata-se de uma herança do Classe S (o interior do E lembra muito o sedã maior da marca).

O sistema multimídia é intuitivo e pode ser controlado pelo volante multimídia ou com o touchpad posicionado entre os bancos. O kit multimídia tem capacidade de espelhar celulares smartphones (Apple Carplay e Android Auto) e possui o chamado Near Field Communication, que permite conectar o celular ao kit sem cabo: basta colocar o celular no local indicado no painel. Essa tecnologia também permite que o smartphone seja usado para travar e destravar o carro.

Os bancos têm memória e regulagem elétrica e oferecem aquecimento, resfriamento e massagem. A iluminação interna oferece 64 cores como opção, sendo que o Classe S oferece apenas sete — no futuro, o sedã grande deve adotar essa paleta maior. O ar-condicionado é automático, digital e de três zonas.

Segundo a Mercedes-Benz, o Classe E foi usado como laboratório para tecnologias futuras da marca. A Mercedes-Benz ainda avalia quais tecnologias dele virão para o Brasil em outros modelos.

Viagem a convite da Mercedes-Benz

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