Texto: Marcos Camargo
A Geely deu o segundo passo de sua retomada no Brasil com o lançamento do EX2, hatch elétrico compacto que estreia por R$ 119,9 mil na versão de entrada Pro e R$ 135,1 mil na versão Max. O modelo chega para disputar espaço com o BYD Dolphin, o Dolphin Mini e o Chevrolet Spark EUV, apostando em autonomia urbana, preço competitivo e pacote tecnológico atualizado.
O EX2 é o segundo veículo da marca no país — após o EX5 — e deve fortalecer a presença da Geely em um segmento que cresce rapidamente no mercado nacional: o dos compactos elétricos abaixo de R$ 140 mil.
Dimensões e design
Com 4.135 mm de comprimento, 1.805 mm de largura, 1.570 mm de altura e entre-eixos de 2.650 mm, o Geely EX2 é ligeiramente maior que o BYD Dolphin, sendo 2 cm mais longo e oferecendo 30 litros a mais de bagageiro (375 litros no total, ou 1.320 litros com os bancos rebatidos). Além disso, traz um compartimento frontal de 70 litros (frunk).
O design mantém o perfil de hatch urbano com linhas arredondadas e proporções compactas. O visual limpo e futurista segue o padrão atual da marca, enquanto as rodas aro 16 e a baixa altura do solo reforçam a proposta voltada ao uso urbano.
Interior simplificado
O interior repete a arquitetura já conhecida dos modelos da Geely. O painel digital de 8,8 polegadas é combinado a uma central multimídia de 10,1 ou 14,6 polegadas, dependendo da versão, agora com o sistema Flyme Auto atualizado.
Na cabine, o acabamento é bom, com bancos em couro, ajuste elétrico para o motorista (na versão Max), carregador por indução, apoio de braço central e duas portas USB (A e C). O volante tem regulagem apenas de altura, mas boa empunhadura.
A tela de 14,6” domina o painel e concentra os principais comandos de forma tátil e simplificada, enquanto o console oferece bom espaço útil e pontos de recarga acessíveis.
Ao volante: equilíbrio e desempenho
Durante o primeiro contato promovido pela marca, a revista Carro avaliou o EX2 Max em um curto trajeto urbano. Como em outros modelos da Geely e da linha Volvo e Zeekr, não há botão de partida — basta o motorista estar a bordo para o sistema ser ativado automaticamente.
O motor traseiro entrega 116 cv de potência e 15 kgfm de torque imediato, garantindo respostas ágeis em uso urbano. O fato de o propulsor estar sobre o eixo traseiro proporciona melhor distribuição de peso e tracionamento equilibrado, auxiliado pela suspensão traseira multilink, solução mais refinada que o eixo de torção usado por rivais.
O modo de regeneração ajustável permite adaptar o comportamento do carro entre condução mais suave ou mais agressiva. A dirigibilidade é neutra e previsível, com baixo centro de gravidade e boa estabilidade em curvas, reforçando a vocação urbana do modelo.
Versões e preços
O Geely EX2 Pro, versão de entrada, tem preço de lançamento de R$ 119,9 mil e traz bancos em couro, câmera de ré, ar-condicionado digital e multimídia com espelhamento sem fio.
A versão EX2 Max, por R$ 135,1 mil, adiciona pacote ADAS com assistentes de condução, carregamento por indução, câmera 360º, bancos elétricos e rodas com acabamento diferenciado.
Autonomia e conjunto elétrico
O EX2 é equipado com motor elétrico de 116 cv e 15 kgfm de torque, alimentado por bateria de 40 kWh. A autonomia declarada é de 410 km no ciclo chinês CLTC e 289 km conforme o Inmetro.
A recarga pode ser feita em corrente alternada ou contínua, e o modelo suporta carga rápida para reposição de 30% a 80% em aproximadamente 30 minutos.
A Geely quer atrair não apenas clientes do BYD Dolphin, mas também consumidores que avaliam modelos como o BYD Dolphin Mini, o Chevrolet Spark EUV e o Ora 03.
A estratégia reforça o posicionamento da Renault Geely do Brasil no mercado de elétricos acessíveis, preparando terreno para a produção nacional futura no Paraná e ampliando a oferta de veículos eletrificados no país.
