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Breve no Brasil: 208 GTI

O novo Peugeot 208 é um carro que você pode ter na garagem de casa, com todo o orgulho. É lindo, moderno e a sua campanha publicitária foi uma das mais criativas dos últimos tempos. Se a Peugeot lançou o 206, seu divisor de águas, em 1998 (esse modelo mudou a cara da marca em todo o mundo), digamos que demorou muito para chegar ao 208. Agora, a Peugeot parece adotar uma estratégia mais ágil. Parece! Por isso, já levou um restrito grupo de jornalistas brasileiros ao lançamento mundial do “esportivaço” 208 GTi, na Côte D’Azur. 

Rodamos quase 200 km pela rota de Napoleão (o imperador tinha bom gosto!), saindo da belíssima praia de Nice e subindo até locais irretocáveis dos Alpes.Perfeito para avaliar um modelo nervoso, com um bem trabalhado 1.6 turbo de 200 cv. Por sinal, a motorização ganhou o prêmio de melhor motor internacional do ano na Europa. Trata-se do mesmo que equipa o Peugeot RCZ, mas sem “amplificador” de som. O ronco aqui, meu amigo, é natural!

O carro impressiona pela agilidade da retomada e pelo ótimo desempenho, com câmbio manual de seis marchas. Segundo a Peugeot, a aceleração de 0 a 100 km/h é feita em 6s8 e o esportivo chega a 230 km/h de máxima.

O novo 208 GTi está sendo elogiado também por outras qualidades. Ganhou a pontuação máxima de cinco estrelas no Euro NCAP, prestigiado órgão europeu que realiza testes de colisões para avaliar a segurança dos veículos. Sua tecnologia também privilegia o meio ambiente, com baixos índices de emissões. Você tanto pode dirigir como se estivesse levando a vovó ao médico ou acelerando como se tentasse escapar de um tsunami! É um esportivo com alma dócil, se for o caso. Difícil de acreditar, devido ao seu DNA esportivo, herdado do seu antecessor, o Peugeot 205 GTi. Muitos ainda se lembram desse pequeno notável lançado em 1984 (descontinuado em 1994). Um clássico, que chegou a ter duas versões: 1.6 GTi com 105 cv (produzido de 1984 a 1992) e o 1.9 GTi com 130 cv (de 1986 a 1994).

Mas vamos ao GTi atual, com sua única versão 1.6 (nem precisa mais do que isso). Na avaliação, subimos e descemos por estradas bem exigentes, com todo tipo de curvas e de pisos. Boa parte do percurso foi em trechos do rali de Monte Carlo. Chique, né?

Ao volante, mesmo com todas as regulagens, o banco se mostra mais baixo que o 208 “normal”. Por outro lado, como são esportivos, abraçam o motorista, dando muito apoio em curvas radicais. A embreagem, a direção e a troca de marchas realmente são civilizadas em baixa velocidade. O acelerador também é macio e fácil de controlar. Não existe tecla Sport ou City. Se é para acelerar, basta pisar, pois o trabalho de calibração desse motor foi muito benfeito. Então, vamos acelerar? Passando dos 2000 rpm o bichinho acorda, aceitando rotações mais elevadas sem nenhum esforço! 

Quanto à suspensão, bastante dura, não trouxe nenhum desconforto aos passageiros, mesmo em pisos ruins. Nas curvas rápidas, todo o conjunto mostrou-se muito estável. Para mais emoção, bastaria desligar a tecla ESP do controle de estabilidade. Ela realmente para de funcionar, ao contrário de alguns modelos, que oferecem essa opção, porém, no fundo, o sistema de controle está sempre ligado e pronto a corrigir alguma bobagem feita pelo motorista!  

O visual é intimidante, com uma grade com elementos em preto e cromado. No interior, os detalhes em vermelho se destacam na cor escura do painel e dos assentos. Desde o volante, passando pelos pedais, instrumentos do painel, tudo mostra esportividade.

Parece que o 208 GTi só deverá estar no Brasil no segundo semestre de 2014. Na Europa, ele já está à venda e custa em torno de 25.000 euros. Vamos torcer para que a Peugeot mude de ideia e não perca o “bonde” desse esportivo incrível!

A evolução, décadas depois!

Acima, você pode ver o 205 GTi da década de 1980, que participou de várias competições, incluindo o Mundial de Rali. A aposta agora é no baixo peso e na elevada potência. Em um comparativo feito pela revista espanhola Autopista – também do grupo Motorpress, do qual o Carro Online faz parte – o 205 GTi 1.6 acelerava de 0 a 1000 m em 30s65. Agora, o novo 208 GTi 1.6 realiza essa prova em 27s. Mas as diferenças vão muito além, como mostram as fotos dos detalhes. O volante do 205 parece ter bem mais idade, apesar do charme da palavra “Turbo 1.6” no centro. Os bancos já eram de couro, com detalhes em vermelho. O desenho até manteve certa identidade no painel, mas o atual é brutalmente moderno e bonito. Só mesmo uma comparação dessas para ver o quanto os carros evoluíram.

Peugeot 208 GTi

Motor 4 cilindros, dianteiro, transversal, turbo, gasolina; Cilindrada 1.598 cm3; Cabeçote 4 válvulas por cilindro; Potência 200 cv a 5 800 rpm; Torque 28,0 mkgf a 1.700 rpm; Câmbio manual, 6 marchas; Suspensão dianteira McPherson; Suspensão traseira eixo de torção; Tração dianteira; Rodas liga leve, 17”; Comprimento 3,92 m; Largura 1,74 m; Altura 1,46 m; Entre-eixos 2,54 m; Porta-malas 285 l; Peso 1.160 kg

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