Como foi o teste
Foram escolhidos seis motoristas voluntários com idades entre 20 e 60 anos. Cada um circulou em um trajeto previamente estabelecido, no qual foram analisadas as formas como os sistemas eletrônicos alertam os condutores nas mudanças de faixa e intervêm na direção a fim de corrigir a trajetória. Todos os motoristas realizaram duas voltas com cada veículo, sendo que a primeira foi usada para que eles se familiarizassem com o sistema e a segunda, para que pudessem explorar os recursos de cada equipamento. Ao final de cada volta, foi preenchido um questionário, a fim de evitar que a familiaridade com o sistema interferisse na avaliação.
Audi A6 – Active Lane Assist
Intervenções sutis no volante e manuseio simples
Como funciona
Pode ser ativado a partir de 65 km/h e atua por meio de um radar instalado junto do retrovisor interno. Ao sair da faixa de rolamento, o sistema intervém de maneira sutil, com alertas visuais no painel e vibrações no volante.
Gostamos
Mantém o carro bem posicionado entre as faixas. Além disso, seguiu de forma autônoma durante um bom tempo até o motorista ter de intervir. A vibração do volante pode ser desativada de maneira separada.
Não gostamos
A entrada em funcionamento do sistema foi considerada muito abrupta pelos avaliadores. além disso, ainda permitiu que o carro cruzasse algumas linhas sem emitir alerta.
Conclusão
É o melhor, ao lado do sistema da Mercedes. Tem utilização intuitiva e não provoca sustos ao intervir. A vibração do volante pode ser desligada.
Citroën C5 – AFIL
É o único que não conta com vibrações no volante.
Como funciona
Sensores infra-vermelhos analisam a pista à frente a partir de 80 km/h. A tinta reflexiva das faixas permite que o sistema as “leia”. Quando o carro cruza uma delas, o alerta é dado por meio de vibrações no banco do motorista.
Gostamos
Um único botão no console aciona o sistema. Além disso, muitos avaliadores consideraram as vibrações no banco menos irritantes que os bipes sonoros dos demais equipamentos.
Não gostamos
Como não intervém na direção, o sistema não oferece o mesmo nível de segurança dos demais. Além disso, o sistema não funcionou a contento.
Conclusão
Ao introduzir o AFIL (sigla de alerta de mudança de faixa, em francês) há dez anos, a Citroën foi pioneira na tecnologia, mas, hoje, é preciso modernizar o equipamento, permitindo que ele intervenha na direção, por exemplo.
Ford Focus – Lane Keeping Aid
Ótimas intervenções no volante, mas é complicado.
Como funciona
Opera por meio de uma câmera, como outros modelos. A partir de 65 km/h, atua em dois níveis: ao se aproximar da faixa, o sistema “puxa” para a direção correta. Se o motorista persistir, o volante passa a vibrar, alertando.
Gostamos
A sensibilidade e a intensidade dos alertas podem ser configuradas de acordo com o gosto de cada motorista. No geral, o sistema mostrou boa eficiência durante a avaliação.
Não gostamos
Apesar de oferecer muitas opções de ajuste, os controles são pouco intuitivos. Além disso, as intervenções no volante não foram eficientes, fazendo o carro zigue-zaguear pelas faixas algumas vezes.
Conclusão
O funcionamento foi bom, mas o manuseio deixou a desejar. A Ford deveria simplificar os comandos do computador de bordo.
Lexus LS – Lane Keeping Assist
Intervenções desbalanceadas e um bipe irritante.
Como funciona
Uma câmera “lê” as marcações na pista e alerta, por meio de avisos sonoros, se o carro está prestes a sair da pista. A partir de 70 km/h e até 170 km/h, o sistema também intervém no volante, a fim de ajudar a manter o carro dentro da faixa de rolamento.
Gostamos
Como o sistema da Citroën, é muito simples de operar, basta pressionar um botão no volante.
Não gostamos
O alerta sonoro chega a ser tão irritante que, para muitos avaliadores, tornou-se fonte de estresse, em vez de ser um aliado. Além disso, as intervenções no volante ocorreram de maneira parcial em algumas situações.
Conclusão
O sistema de alerta funcionou bem no decorrer das avaliações, mas o aviso sonoro deixou a desejar. A maioria dos avaliadores desejava desligá-lo durante a realização dos testes.
Mercedes-Benz Classe S – Assist/Distronic Plus
Radar e câmera mantêm o carro na faixa correta.
Como funciona
Em conjunto com o Distronic Plus, o Assist é, de longe, o sistema que oferece o maior número de recursos, incluindo a “perseguição” a outro veículo por meio do controle de velocidade de cruzeiro adaptativo, entre outros.
Gostamos
Além de ser fácil de usar, o sistema ainda permite várias configurações. Sem falar na atuação autônoma, que chega até a dispensar o motorista, caso seja desejado.
Não gostamos
No modo de “perseguição”, sem utilizar o radar, as frenagens foram muito abruptas e ocorreram sem lógica, às vezes com muita antecedência.
Conclusão
O funcionamento em conjunto com o radar coloca o sistema da Mercedes em outro patamar, garantindo a segurança e o conforto. Mas é preciso que a sinalização horizontal esteja em boas condições para que ele funcione bem.
Classe S: outro nível
A combinação de radar, sensores de aproximação e câmera do equipamento da Mercedes associada a um pacote de itens de conforto tornam o Classe S a atual referência do mercado em termos de segurança. No tráfego pesado (anda e para), o modelo é até capaz de frear e acelerar sozinho, mantendo uma distância segura do carro à frente, independentemente de o trânsito parar completamente. Além disso, o carro também conta com alertas de ponto cego (que, inclusive, chegaram a impedir que fosse feita uma ultrapassagem arriscada durante a avaliação) e, como se não bastasse, as intervenções no volante são bastante sutis e não provocam sustos no motorista.
Volvo V40 – Lane Keeping Aid
Nada aborrecido, mas as intervenções incomodam.
Como funciona
É baseado em uma câmera com bom processamento de imagens e opera entre 65 km/h e 200 km/h. Pode ser ajustado em três níveis de alerta (sonoro, vibração e correção) e possui uma chave no console central.
Gostamos
O fato de o carro conduzir de forma autônoma antes de alertar o condutor foi considerado positivo pelos avaliadores. A câmera também mereceu elogios por conseguir identificar até as faixas menos visíveis.
Não gostamos
As intervenções no volante ocorreram de maneira abrupta, provocando até alguns zigue-zagues durante as manobras de correção.
Conclusão
O sistema realizou bem o seu trabalho e ainda permite desligar a vibração do volante separadamente. Mas as manobras de correção deveriam ocorrer de maneira mais sutil.
Conclusão geral: Sistemas como o alerta de mudança de faixa são muito úteis, mas também devem ser fáceis de usar. Os de Citroën e Audi merecem ser aprimorados, pois receberam muitas críticas por parte dos avaliadores. Ford e Volvo se saíram melhor, especialmente por conta da possibilidade de ajustar o nível dos alarmes. Já o Audi se destacou por manter o carro sob condução autônoma por um bom tempo. Mas o grande destaque fica mesmo para o sistema da Mercedes, que está muito à frente em relação aos dos concorrentes. Tomara que ele se popularize (e seu preço diminua) em breve.































