McLaren GT é o superesportivo feito para dirigir por horas e horas com o conforto de um sedã de luxo
Carros com DNA de competição, via de regra, não são automóveis ideais para longas viagens. Suspensão de pouco curso, pedal de freio duro e direções firmes demais cansam qualquer motorista depois de algumas horas de percurso. O contraponto a isso está nos esportivos chamados de “grã-turismo”, ou simplesmente GT – uma sigla que resume o encontro do desempenho esportivo com o conforto de um sedã de luxo.
O McLaren GT vem para mudar o conceito desse tipo de carro. A princípio, os requisitos básicos foram seguidos: a fabricante afirma que frenagem, direção em velocidades mais baixas, altura e distância em relação ao solo foram acertados para no uso cotidiano em percurso urbano – suspensão, direção e freios são feitos sob medida para o carro. Multimídia e sistema de áudio (assinatura Bowers & Wilkins) são de primeira linha e há duas opções de couro para o acabamento. Mas a tecnologia embarcada vai além.
Visando refino de rodagem, os coxins possuem metade da rigidez dos usados no McLaren 600LT com foco em pista, ajudam a minimizar o ruído transmitido pela estrutura, enquanto sons de baixa frequência emitidos pela estrutura de fibra de carbono são reduzidos da mesma maneira como acontece no McLaren Senna, explica a fabricante.
“Porta-malas” de sedã
Depois, há sua capacidade de bagagem. Possui dois compartimentos – um à frente do veículo e outro sobre o trem de força, graças à baixa altura do motor e o posicionamento do sistema de escape, que permitiram espaço amplo ao compartimento de bagagem, que sozinho tem 420 litros. A capacidade somada é de 570 litros, número impressionante para um carro de motor central e acima da maioria dos sedãs do mercado.
O novo sistema de suspensão com controle proativo de amortecimento usa o mesmo algoritmo do software desenvolvido para o 720S. Sensores identificam as condições do piso para que o sistema interprete e reaja de maneira preditiva em dois milissegundos. A reação pode variar de acordo com cada modo de direção (“Comfort”, “Sport” e “Track”). Já a direção eletro-hidráulica usa um único “mapa” de software para os três modos.
Pneus e freios também são sob medida ao McLaren GT. A Pirelli criou uma especificação de seu pneu P Zero para vestir as rodas traseiras de liga leve de 21 polegadas, as maiores já colocadas em um McLaren. Na frente, elas têm 20 polegadas.
Não pense, contudo, que este é um McLaren amansado. Com o novo motor 4.0 V-8 biturbo de 620 cv, sua relação peso-potência é de excelentes 2,46 kg/cv. Com essa proporção, não é de se admirar que o novo modelo da fabricante de Woking (Inglaterra) acelere de zero a 100 km/h em meros 3s2, de zero a 200 km/h em 9s e atinja velocidade máxima de 326 km/h.
O motor M840TE é novo e até o som de seu escapamento foi calculado sob medida para o McLaren GT. Mais de 95% do torque de 64,2 kgfm está disponível entre 3.000 e 7.250 rpm, sendo que o pico se encontra entre 5.500 rpm e 6.500 rpm. O câmbio é sequencial de 7 marchas. Com consumo médio declarado de 9,2 km/l de gasolina (europeia) e 72 litros de capacidade no tanque, este GT não só vai rápido como também vai longe. Mais GT que isso, impossível.