O Inmetro vai instaurar, a partir de outubro, um programa de etiquetagem (PBE) específico para pneus. O órgão passará a atribuir um sistema de notas aos componentes semelhante ao que já aplica na avaliação da eficiência energética dos veículos vendidos no Brasil. O programa vai classificar pneus de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. Nesta quinta-feira (12), a fabricante de pneus Continental lançou um portal na internet voltado à explicar os critérios do programa do Inmetro ao consumidor.

Enquanto o próprio site do Conpet, braço do Inmetro responsável pelo programa de etiquetagem, apenas informa os três critérios de avaliação dos pneus, o portal educativo criado pela Continental permite um entendimento mais detalhado da importância da resistência ao rolamento, aderência ao piso molhado e emissão de ruídos dos pneus.

Portal vai ajudar consumidor a entender etiquetagem dos pneus

  • Resistência ao rolamento: Avalia a resistência exercida pela força oposta à rotação de pneu, em função do atrito com o chão. Quanto menor essa resistência, menos energia o veículo demanda para se movimentar e, consequentemente, menor será o seu consumo de combustível;
  • Aderência ao piso molhado: O desempenho em piso molhado de um pneu reflete a sua capacidade de aderência e tração ao acelerar ou frear em superfícies molhadas ou mesmo realizar curvas sem derrapar. Esse critério analisa o desempenho do pneu no piso molhado, um item diretamente ligado à segurança na condução de um veículo. Neste quesito, será analisada a capacidade do pneu em escoar a água ao passar por lâminas d’água, bem como o espaço percorrido em frenagem;
  • Emissão de ruídos: O ruído é gerado por diferentes fontes de som tais como motor, eixos, câmbio e caixas de ignição. Mas essa categoria avalia apenas o ruído do pneu. O ruído da estrada é um efeito físico resultado do contato do pneu com o solo e é influenciado por fatores como rotação, bombeamento de ar, vibração e pela forma como os blocos da banda entram e saem do contato com a superfície. Mas a maior influência na emissão de ruídos vem do desenho da banda de rodagem (lisa ou blocada) de um pneu e das propriedades da superfície da estrada. Neste quesito é verificado o nível de ruído externo emitido pelo pneu, que recebe na etiqueta uma classificação que vai de uma a três ondas. As ondas correspondem à baixa emissão de ruído (até 69 db), média (70 db a 72 db) e alta (acima de 72 db). O limite máximo é de 78 db. 

Além disso, o endereço eletrônico também traz outros critérios de avaliação dos pneus, que não necessariamente entrariam no programa de etiquetagem do governo, mas são relevantes para o consumidor aferir a qualidade dos produtos, como a resistência ao picotamento, regularidade de desgaste, recapabilidade, etc. 

“O PBE tornará mais fácil para o consumidor final comparar diferentes produtos e sua performance, pois ele terá acesso a informações padronizadas para apoiar a sua decisão de compra por um pneu desta ou daquela marca. O programa traz ainda impactos positivos no mercado como um todo ao incentivar a busca por uma maior eficiência energética e um maior nível de segurança e conforto”, defende Eduardo Roveri, gerente de certificação da Continental Pneus Mercosul. 

Roveri ainda explica que “dependendo do quesito, um pneu bem ranqueado pode economizar até 7,5% em combustível, oferecer mais segurança com uma frenagem até 30% mais eficiente e apresentar um nível de ruído 75% menor”.

O Brasil será o quarto mercado mundial a ter um programa de etiquetagem de pneus. O Japão, em 2010, foi o primeiro país a adotar um programa com essas características, embora de forma facultativa, sendo seguido, no final de 2012, pela União Europeia e pela Coréia do Sul.

Os pneus produzidos ou importados até outubro de 2016 têm até abril de 2017 para serem enviados aos revendedores. O mercado, por sua vez, tem até abril de 2018 para comercializar os produtos sem etiqueta.

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