Com projeção de crescimento de 8,5% para este ano, o mercado chinês de automóveis de passeio é a menina dos olhos de qualquer fabricante de veículos no mundo. Todas querem estar lá. Assim como nos Estados Unidos, onde a recuperação chama a atenção, com previsão de elevação de até 7% em 2013. 
 
Atual quinto principal país quando o assunto é venda de carros, o Brasil também desperta o interesse de diversas marcas. Por isso, algumas delas ensaiam a estreia por aqui nos próximos meses, enquanto outras planejam retornar após anos de ausência. Hoje, cerca de 50 marcas — entre automóveis de passeio e veículos comerciais — atuam no Brasil. E até 2015 outras oito devem chegar. Confira quais são. 
 
Infiniti
 
Entre as debutantes confirmadas está a japonesa Infiniti, divisão de luxo da Nissan. O desembarque está programado para o terceiro trimestre de 2014, e a primeira concessionária será inaugurada em São Paulo, SP. 
 
Posteriormente, novas lojas serão abertas no Rio de Janeiro, onde a Nissan constrói fábrica em Resende, interior do estado, e Curitiba, no Paraná, estado escolhido para ser a “casa” da marca no país há 11 anos.
 
De acordo com fontes ligadas à Infiniti, o primeiro modelo a chegar será o sedã Q50, apresentado no Salão de Detroit, nos EUA, em janeiro. A versão que será comercializada por aqui — produzida no Japão — terá motor 3.7 V6 (gasolina) de 332 cv e 37,3 mkgf de torque. O câmbio é robotizado com dupla embreagem e 7 marchas, enquanto a tração é integral.
 
O sedã terá como missão rivalizar com as versões topo de linha dos alemães Audi A4, BMW Série 3 e Mercedes-Benz Classe C.
 
A tropicalização do Q50 para o mercado brasileiro foi realizada com um Infiniti M37, que utiliza conjunto mecânico idêntico. O modelo, aliás, chegou a ser flagrado rodando disfarçado pelas ruas de São Paulo já no início de 2012.
 
Também foram confirmados os crossovers JX e FX. O primeiro pode chegar no fim de 2014 mesmo. O mais provável, no entanto, é que ambos pareçam somente no início de 2015. O JX é equipado com motor V6 de 3,5 litros (gasolina) de 268 cv e 34,3 mkgf de torque, e câmbio automático CVT. A configuração do FX ainda não foi definida, mas o mais provável é que ele tenha o mesmo motor 3.7 V6 do Q5, com ‘apenas’ 329 cv e caixa automática de 7 marchas. A opção 5.0 V8 de 395 cv (gasolina) está praticamente descartada. E quem sonhava com a versão especial Sebastian Vettel Edition, com 
motor de 414 cv, esqueça. Essa, definitivamente, não virá ao país.
 
Infiniti FX
 
Acura
 
Outra nova marca japonesa com passaporte carimbado é a Acura, divisão premium da Honda. O anúncio foi feito ano passado, no Salão do Automóvel de São Paulo, por Takanobu Ito, presidente da Honda. Com sede nos EUA, a marca informou que chega em 2015. No entanto, o Carro Online apurou que a estreia deve ocorrer já no final do primeiro semestre, com a inauguração de um ponto venda na capital paulista.
 
Apesar de manter em segredo, o sedã ILX e o utilitário esportivo RDX são os modelos escolhidos pela Acura para o Brasil. De acordo com nossas fontes ligada à Honda, as unidades desses modelos expostas no Anhembi, ano passado, permaneceram no país e estão em processo de homologação.
 
O ILX é o veículo de entrada da marca nos EUA. A opção que virá para o Brasil terá motor de 4 cilindros 2.0 (gasolina) de 150 cv e câmbio automático de 5 marchas. Assim como o Infiniti Q50, terá como adversários Audi A4, BMW Série 3 e Mercedes-Benz Classe C, mas nas configurações de entrada.
 
Existe uma opção com motor 2.4 (gasolina) de 210 cv e caixa manual de 6 marchas. Mas esse modelo está descartado, pois seria concorrente direto do Honda Civic Si, que retornará ao mercado no próximo ano com 204 cv sob o capô.
 
O SUV RDX traz motor 3.5 V6 (gasolina) de 273 cv e 34,7 mkgf, com caixa automática de 6 marchas.
 
A nota triste fica por conta do mítico NSX, revelado ainda como conceito em São Paulo. Com produção confirmada para 2015 na nova fábrica da Acura em Ohio, nos EUA, o superesportivo não está nos planos da marca para o Brasil.
 
Acura RDX
 
Mazda 
 
Entre 2010 e 2012, o retorno da Mazda ao Brasil foi anunciado das mais diferentes formas. Inicialmente, a fabricante japonesa importaria os modelos de sua nova fábrica no México. Depois, chegou a cogitar produzir seus veículos no país com a ajuda de alguma marca já instalada por aqui — falou-se em Fiat e Ford.
 
A realidade, no entanto, é que a Mazda — já afiliada à Abeiva (Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores) — está com as malas prontas para retornar ao Brasil, o que deve ocorrer em 2014. Prova disso é que, conforme apuramos, unidades do Mazda3 (hatch médio) estão em fase final de testes, rodando entre São Paulo e Santos, no litoral paulista. Outro garantido é o compacto Mazda2.
 
Ambos serão importados da nova fábrica da marca em Salamanca, no México, que no início do ano recebeu aporte financeiro para praticamente dobrar a capacidade de produção, passando de 140 000 veículos por ano para 260 000 unidades.
A atual geração do Mazda2 possui motor 1.5 (gasolina) de 101 cv e 13,5 mkgf de torque. O câmbio pode ser manual de 5 marchas ou automática, com 4. Já o Mazda3 é equipado com motor 2.0 16V (gasolina) de 157 cv e 20,4 mkgf. E assim como o irmão menor, tem duas opções de câmbio: manual ou automática, ambas com 6 marchas.
 
É importante destacar que a terceira geração do Mazda3 está “no forno” e deve será apresentada no segundo semestre deste ano. No entanto, não há informações se será a atual ou futura versão que virá para o Brasil.
 
Mazda2/Demio
 
Abarth
 
Líder de vendas no Brasil, a Fiat busca constantemente ampliar o seu “domínio” por aqui. A empresa não confirma, mas uma das possibilidades para conquistar mais clientes é oficializar a chegada da Abarth, sua divisão esportiva que, atualmente, oferece configurações apimentadas do Punto e do 500.
 
E é exatamente o 500 Abarth que pode desembarcar por aqui. As apostas são 2014, já no primeiro semestre. As chances do escorpião (símbolo da Abarth) obter cidadania brasileira — tanto nas versões cupê quanto cabrio — cresceram com início da produção dos modelos na fábrica da Fiat no México para abastecer o mercado americano. 
 
Enquanto o 500 convencional é vendido no Brasil a partir de R$ 42 840, o Abarth custaria acima de R$ 70 000. O entrave que a Fiat encontra é a rede de concessionárias. A fabricante italiana não deseja utilizar os mesmos pontos onde se vende Mille para comercializar Abarth. O Fiat 500 Abarth é equipado com motor 1.4 16V MultiAir (turbo) de 160 cv e torque de 23,5 mkgf – nada mau para um carro de 1 142 kg. O ponto alto é o câmbio manual de 5 marchas.
 
Abarth 500
 
Alfa Romeo 
 
A volta da Alfa Romeo ao Brasil é uma das novelas mais longas da recente história automobilística brasileira. Desde 2010, o grupo Fiat não esconde o desejo de retomar a trajetória de sucesso da marca no país. O problema, no entanto — assim como no caso da Abarth —, está na rede de concessionárias. Cogita-se utilizar as revendas da Chrysler, que tem experiência com veículos premium e que poderiam alavancar as vendas da Alfa Romeo. Esta opção, porém, não conta com a aprovação de todos dentro do grupo. Por conta deste impasse interno, o renascimento da marca no Brasil não acontecerá em 2013. O segundo semestre de 2014 é a aposta mais certeira.
 
Solucionado o problema da forma de comercialização, os modelos da Alfa Romeo que virão para o Brasil já estão definidos: MiTo e Giulietta. Os dois, de acordo com fontes ligadas à Fiat, já estariam, inclusive, homologados — foram fotografados diversas vezes rodando na região metropolitana de Belo Horizonte e pelas estradas de Minas Gerais. A má notícia é que o recém-lançado (e belo) esportivo 4C está fora de cogitação.
 
Alfa Romeo MiTo
 
SRT
 
Ainda no campo dos sonhos, a SRT — divisão esportiva do Grupo Chrysler — também começa a olhar com carinho para o mercado brasileiro. As possibilidades de algo concreto ocorrer até o fim de 2014 são praticamente zero. No entanto, em 2015 as chances de alguns dos modelos preparados pela marca desembarcarem oficialmente por aqui são boas. Aliás, a presença do Dodge Viper SRT no Salão de São Paulo é apontada como início da introdução da marca no país.
 
SRT Viper
 
Geely
 
Entre as fabricantes chinesas confirmadas para se aventurarem no Brasil está a Geely. Proprietária da Volvo, a marca inicia a sua jornada em agosto, com dois modelos: o hatch compacto LC (a partir de R$ 35 000, com motor 1.0 e câmbio manual) e o sedã EC7 (R$ 55 000, com motor 1.8 e caixa CVT). Ambos — bem equipados, como outros chineses — serão montados em sistema CKD (com peças vindas da China) na fábrica da Kia no Uruguai, onde são feitos os caminhões Bongo. Aliás, a Geely será representada no país pelo grupo Gandini, que já atua com a Kia Motors. Inicialmente, serão abertas 20 concessionárias nas regiões Sudeste e Sul do país.
 
A Geely foi, em 2012, a maior exportadora de veículos da China, com aproximadamente 100 000 unidades. No mesmo ano, o faturamento atingiu o impressionante patamar de US$ 23 bilhões. Dependendo dos números de vendas até o primeiro trimestre por aqui, uma fábrica poderá ser anunciada para a produção de um novo produto — um utilitário esportivo compacto seria a primeira opção. Cidades próximas a portos na região centro-sul são as mais cotadas.
 
Geely LC
 
Great Wall
 
A estreia da chinesa Great Wall no Brasil é dada como certa há pelo menos três anos. No entanto, até o momento, nada de concreto aconteceu. Os planos de construir uma fábrica foram adiados para o segundo semestre de 2014, e sequer a cidade foi escolhida pelos executivos da LAM (Latin America Motors), grupo responsável pela captação de recursos financeiros — US$ 1 bilhão estaria sendo investido. Guarulhos e Ribeirão Preto, em São Paulo, Joinville, em Santa Catarina, e até mesmo Salvador, na Bahia, estão entre as localidades preferidas. São Bernardo do Campo, no ABC paulista, corre por fora.
 
Principal fabricante chinesa de utilitários esportivos e picapes, a Great Wall produzirá no Brasil — caso a fábrica realmente saia do papel — a picape Wingle 5 (cabines simples e dupla) e os SUVs Haval M4 e Haval H6. A marca também tem veículos de passeio e vans. Porém, em um primeiro momento, estes não estão nos planos. 
 
Great Wall Wingle 5
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