Na Europa, o Macan será oferecido com três opções de motor

Porsche relutou em lançar um sport utility. Achava que não era a sua praia, que fugia totalmente do seu DNA de modelos esportivos. Mas acabou convencida pelas exigências do mercado global e começou a produzir o Cayenne, em 2002. O sucesso foi absoluto e o SUV é, hoje, o automóvel  mais vendido da marca alemã no mundo, desbancando mitos como o 911.

A fabricante gostou da “brincadeira” e resolveu fazer um outro utilitário esportivo, dessa vez compacto e com um “que” de esportividade. Apresentado simultaneamente nos salões de Los Angeles e Tóquio, em novembro, o Macan se prepara para entrar em produção “para valer’ em janeiro, na fábrica de Leipzig (Alemanha), de onde também saem Cayenne e Panamera.

Depois de estrear nos mercados europeu e americano no primeiro trimestre, o Macan deverá desembarcar no Brasil em maio. Quando Carro Online visitou Leipzig, em dezembro, as primeiras unidades pré-série já estavam sendo fabricadas.

O interior da versão Turbo, a top, tem tudo a ver com um esportivo

O Macan movimentou a rotina de Leipzig. A empresa investiu 500 milhões de euros na ampliação da fábrica, em áreas específicas de carroceria, pintura e instalação de 370 robôs. Além disso, foram contratados 1.800 funcionários para dar conta de um ritmo que, quando chegar no limite, responderá por 50.000 Macan por ano. A Porsche calcula que serão feitos de 150 a 200 carros diários.  

A companhia está apostando alto no seu SUV “baby”. Não descarta, inclusive, que ele passe a vender mais que o irmão maior Cayenne, assim como acontece com o BMW X3 em relação ao X5 e com o Audi Q5 (com o qual compartilha a plataforma MLB) frente ao Q7. “Não vamos lamentar se isso acontecer”, diz, sorridente, Joaquim Lanla, diretor financeiro da fábrica de Leipzig.

Para revelar detalhes do modelo, a Porsche realizou um workshop técnico com jornalistas em Dusseldorf (Alemanha), que incluiu algumas voltas com o carro numa pista de teste e também em um percurso off-road. Mas, infelizmente, os jornalistas tiveram de se acomodar no banco do passageiro.

As dimensões do Macan são mais enxutas que as do Cayenne. Ele mede 4.699 mm de comprimento (contra 4.846 mm do Cayenne), 1.923 mm de largura (contra 1.939 mm) e 1.624 mm de altura (contra 1,702 mm). Na Europa, terá três versões: S (motor 3.0 V6 biturbo de 340 cv e que alcança 254 km/h), S Diesel (3.0 V6 turbo de 258 cv, de 230 km/h) e Turbo (3.6 V6 biturbo de 400 cv e 266 km/h). Todas trabalham com um câmbio automatizado de sete marchas e dupla embreagem. A Porsche não desconsidera a possibilidade de produzir uma versão híbrida futuramente, mas não revelou quando.

A produção pré-série já começou, mas a oficial só em janeiro

Segundo números da Porsche, o Macan S faz entre 11,1 km/l e 11,5 km/l, valor que sobe para 15,9 km/l a 16,4 km/l na versão S Diesel. O Macan top, o Turbo, por sua vez, é mais beberrão e nem poderia ser diferente. O mais esportivo dos Macan percorre de 10,8 km/l a 11,2 km/l.

O SUV compacto oferece três possibilidades de altura da suspensão: a normal, a esportiva — que ao toque de um botão rebaixa o carro em 1 cm — e off-road, que faz o Macan elevar-se em 4 cm. Pudemos ter essa experiência na pista de terra repleta de obstáculos e subidas e descidas íngremes. O SUV vence as ladeiras facilmente, sem ratear. Na hora de acelerar numa pista de asfalto, sua estabilidade é um ponto forte.

Para se ter uma noção, no mercado americano o Macan custará US$ 49.900 na versão S e US$ 72.680 na Turbo. Levando-se em conta a carga de impostos e o já conhecido preço elevado dos carros no Brasil, pode-se considerar que por aqui ele vai se posicionar entre R$ 250.000 a R$ 350.000. 

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