Fabricante quer aliar no HR-V conforto de sedã com sensação de segurança de SUV

 

Neste ano marcado pela chegada de vários SUVs, afinal, quem é concorrente de quem? O primeiro a ser lançado foi o Honda HR-V, que aguarda as vindas para breve de Jeep Renegade e Peugeot 2008. A fabricante quer vender nada menos que 50.000 unidades do utilitário esportivo até dezembro e, para complementar a oferta, 7.000 carros desde volume vêm da Argentina, que também começou a fabricar o carro agora.

“Não considero o HR-V concorrente do Renegade”, disse à CARRO ONLINE Sergio Bessa, diretor comercial da marca japonesa. “Os projetos são diferentes e nossa proposta é de um veículo urbano. Sobre o 2008, eu só o vi uma vez, no Salão do Automóvel de São Paulo de 2014. Ele vai para um outro extremo, tem uma concepção mais de van.” Mas, então, quais seriam os rivais diretos do novo HR-V? Para Bessa, Chevrolet Tracker e Mitsubishi ASX se encaixarão mais no papel de concorrentes do SUV da Honda.  

Apesar da queda livre de mais de 20% do mercado, a Honda manteve, no primeiro bimestre, o market share de 4,7% (19.800 carros comercializados), número semelhante à sua participação na divisão do bolo no ano passado. “Em um cenário tão difícil, isso foi considerada uma vitória para a Honda”, afirma Bessa. “Quando falamos só de fevereiro, então, nossa participação chegou a 5,5%.”

Bessa revela que o mix de vendas do HR-V será distribuído da seguinte forma: 46% das vendas serão da versão EXL, a top de linha, que custa R$ 88.700. Logo abaixo, vem a EX (R$ 80.400), com 42% de participação. A versão de entrada LX, mas com câmbio CVT (R$ 75.400) terá 11%. Por fim, a LX com câmbio manual (R$ 75.400) contará com apenas 1% das vendas. 

Ou seja, em 2015, a Honda oferecerá somente 500 unidades da LX manual. Levando-se em conta que a fabricante quer fechar o ano com 230 concessionárias, estamos falando de duas unidades por loja. Resumindo: trata-se de uma versão mosca branca. “Vamos ajustar a produção de acordo com a demanda”, diz Bessa. 

A Honda acredita que o HR-V atrairá mais proprietários de Fit, que pensam em pular de categoria. “Porém, é claro que queremos seduzir também clientes de outras marcas”, salienta o diretor comercial. Para isso, a Honda vai explorar que seu novo modelo possui o conforto de um sedã com a sensação de segurança e um SUV. “O HR-V, externamente, apresenta as características de um automóvel mais compacto. Por dentro, entretanto, é muito espaçoso. Quem quer um carro mais robusto e com tração 4×4, poderá optar pelo CR-V, mais caro, com tração 4×4 e que mudará em breve.

“Nós já sabíamos”

No evento de lançamento do HR-V organizado em Brasília (DF), o presidente da Honda South America, Issao Mizoguchi conversou com a imprensa. Nascido em São Bernardo do Campo (SP), Issao, 55 anos, está há trés décadas na companhia, com uma experiência de mais de 20 anos na área de motocicletas. Ele é dono de uma façanha: é o primeiro brasileiro da história da Honda a fazer parte do board da empresa, na matriz japonesa. Simpático e bem-humorado, ele acredita que a crise econômica vivida pelo Brasil é a pior desde a implantação do Plano Real.

Isso muda os projetos da Honda para o Brasil?  “Não. Essa situação não nos asssta, porque sabíamos que isso iria acontecer, na medida em que o governo federal não fez o dever de casa nos últimos anos”, afirma. “De toda forma, conduziremos nossos planos adiante, apesar das dificuldades.”

O presidente diz que a turbulência pela qual o país atravessa deixa as fabricantes numa condição complexa. “Se as montadoras se estabeleceram com fábricas por aqui calculando produzir, por exemplo, 120.000 carror por ano e acabam fazendo só 50.000 por causa da conjuntura, é um baque muito forte na capacidade produtiva, que afeta a perspectiva de faturamento. É como um caminhão Scania transportar um saco de cimento”, compara.

Com a projeção de, no mínimo, manter o market share de 2014 e de vender 50.000 unidades de HR-V, a Honda quer garantir uma caçamba sempre cheia ao longo deste ano. 

 

 

 

 

 

 

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