A Chery lança nesta terça-feira (14) o primeiro carro fabricado no Brasil por uma montadora chinesa: o compacto Celer, nas carrocerias hatch e sedã. Com nacionalização de componentes e peças na casa dos 35%, o modelo é feito na unidade de Jacareí, no interior de São Paulo, após investimento de US$ 530 milhões por parte da matriz.

O Celer não é inédito no Brasil. Ele é a adaptação do chinês Fulwin, e já vinha sendo vendido por aqui (com visual anterior ao da remodelação que chega agora) via importação. De certa forma, preencheu o espaço deixado pelo cancelamento do Cielo, que também era hatch e sedã, mas de porte maior.

Novo Celer realiza feito histórico: é o primeiro chinês feito no Brasil
Destinado a brigar com rivais que vão do Volskwagen Gol ao Ford Fiesta, passando pelos compatriotas Lifan 530 (só sedã) e JAC J3 (hatch e sedã), o Celer nacional tem os seguintes preços, que subiram R$ 2.000 em relação ao importado:

Celer hatch – R$ 38.990
Ar-condicionado, airbag duplo, computador de bordo, espelhos retrovisores com ajuste elétrico, direção hidráulica, faróis com ajuste elétrico, freios ABS com EBD (distribuição eletrônica de frenagem), sensor de estacionamento traseiro, travas elétricas, vidros elétricos nas quatro portas, lanternas traseiras em LED. 

Celer Act hatch – R$ 40.990
Acrescenta faróis de neblina, alarme antifurto na chave, sistema Chery Media System (áudio AM/FM, MP3+USB com CD player e seis alto-falantes) e rodas de liga leve aro 15. 

Celer sedã – R$ 39.990
Celer Act sedã – R$ 41.990

Todas as versões têm garantia de três anos e estão disponíveis nas cores branco, preto, prata, vermelho e cinza.

De acordo com a Chery, o novo Celer foi parcialmente desenvolvido pela equipe de pesquisa e desenvolvimento (R&D) brasileira da montadora com a meta era unir “robustez, qualidade e performance típicas dos modelos produzidos no Brasil” à esportividade dos compactos e ao conforto, espaço e tecnologia buscados especificamentre para este modelo.

Entre outras coisas, a Chery garante que o novo Celer tem “linhas inspiradas na água” (seja lá o que isso signifique) e que usa um velho truque da indústria automotiva: peças como conjunto óptico, grade frontal e parachoques são desenhadas e posicionadas de tal forma que passam a impressão de o carro ser maior do que é.

Porta-malas do Celer sedã pode receber até 450 litros de bagagem

As dimensões reais do Celer: comprimento de 4,19 metros (hatch, 5 cm maior que o anterior) e 4,33 metros (sedã, 6 cm a mais), e entre-eixos de 2,53 metros (inalterado). O porta-malas do dois-volumes recebe bons 380 litros de bagagem, enquanto o sedã pode acomodar 450 litros. Detalhe: a abertura da tampa traseira é total (o vidro vai junto com a peça de metal) nas duas carrocerias.

Na cabine, ponto fraco (ou no mínimo discutível) de todos os carros chineses vendidos no Brasil, houve uma reforma geral. O painel tem novo desenho, com molduras hexagonais para velocímetro e conta-giros, e um computador de bordo centralizado que inclui o display do sensor de estacionamento.

Cabine do Celer foi reformulada para ficar mais ao gosto do brasileiro 
MOTORIZAÇÃO
O novo Celer utiliza o  
motor ACTECO 1.5 16V Flex, agora também produzido no Brasil (era austríaco). Segundo a Chery, a calibração foi alterada para que rendesse 113/109 cavalos (etanol/gasolina) a 6.000 rpm e 15,5/14,3 kgfm (e/g) a 4.000 rpm. O único câmbio disponível é manual de cinco marchas, o que pode ser um ônus na comparação com rivais que oferecem ao menos a opção automatizada (Dualogic, I-Motion). Vale notar que o SUV compacto Tiggo possui transmissão automática. A velocidade máxima, segundo a fabricante, é de 175 km/h.

O novo Celer mantém a suspensão semi-independente na traseira e pneus 185/60 R15, que são suficientemente altos para garantir mais suavidade na rodagem. Os freios traseiros, porém, são a tambor. E, em busca de credibilidade, a Chery faz questão de citar um punhado de fornecedores de peças usadas no Celer, todos de primeira linha e com marcas consagradas em sua clientela: Pirelli, Moura, Bosch, Tyco, Goodyear, Basf etc.
 

Motor 1,5 litro flexível também é fabricado no Brasil

Por ora, apenas o Celer será fabricado pela Chery em Jacareí. A marca segue importando Tiggo, QQ (o próximo a ser nacionalizado) e Face. Atualmente, a Chery tem cerca de 0,3% de participação no mercado automotivo brasileiro, semelhante à da JAC.

Share This