Em todos os setores da sociedade é comemorado no dia 08 de março o Dia Internacional da Mulher, uma luta marcada pelas reivindicações femininas por melhores condições de vida e de trabalho.

Ao longo de sua história, a indústria automobilística tem a fama de ser um ramo de negócios dominado pelo sexo masculino, porém as mulheres têm participação importante. Pode-se até afirmar que se não fosse a mulher, as fabricantes de automóveis como conhecemos hoje não existiriam.

A começar por Bertha Benz, que teve um papel fundamental no desenvolvimento da patente a qual deu origem aos mais de 50 modelos presentes no portfólio da marca Mercedes-Benz no Brasil. Ela também foi a mulher que inspirou a criação da marca alemã. 

Bertha Ringer, nasceu em 1849, e recebeu o sobrenome Benz após casar com o engenheiro Karl Benz, em 20 de julho de 1872. Nesta época a educação era negada às mulheres pelo fato de os cientistas acreditarem que o cérebro feminino era incapaz de absorver e processar informações diversas.

Após o casamento, Karl usou o dote de Bertha para investir em seus negócios, como a Benz & Cie, seu principal projeto foi uma ‘carruagem sem cavalos’, o veículo movido por um motor a combustão, que utilizava como combustível benzina.

Apesar das restrições impostas às mulheres, ela contrariou o senso comum do seu tempo, pois demonstrava interesse por mecânica e ciências naturais, se tornando, anos depois, uma das pioneiras da indústria automobilistica, já que foi a primeira pessoa na história a dirigir um automóvel em longa distância.

A viagem foi feita entre a cidade de Mannheim até Pforzheim, junto com os filhos Richard e Eugen, de 13 e 15 anos de idade, em um Modelo II. Ela seguiu as marcas das carroças, e cobriu um percurso total de 106km.

Durante o trajeto, a pioneira do uso de um automóvel para percorrer longas distâncias, usou a criatividade e conhecimentos de engenharia. Ela limpou o cano de combustível com o alfinete do seu chapéu e usou uma de suas cinta-liga como material isolante. Para melhorar o sistema de freios, parou em um sapateiro e pediu para fazer novas correias de couro.

Bertha fez a viagem, sem autorização, para visitar a mãe e divulgar o invento do marido, o qual recebia resistência das pessoas da época. Como ela esperava a viagem ganhou notoriedade, e foi essencial para o desenvolvimento técnico do automóvel. Depois disso o casal fez diversas modificações para melhorar a invenção com os relatos da viagem de Bertha e as experiências adquiridas por ela na estrada.

Florence Lawrence

Mary Anderson

 

Tão importante quanto Bertha foi Florence Lawrence, atriz de cinema canadense. Lawrence além de se dedicar a sétima arte também era inventora, principalmente de itens para automóveis. Em 1914 ela inventou um “braço sinalizador automático”, hoje conhecido como seta. A luz de freio que conhecemos

hoje também foi uma de suas ideias que ganharam vida. Apesar da importância dos acessórios, na sua época não foram comercializados com sucesso.

Outro equipamento criado por uma mulher foi o famoso limpador de para-brisa. Mary Anderson trouxe ao mundo em 1903 o componente com o intuito de melhorar a visibilidade de bondes que circulavam nas ruas de Nova York, Estados Unidos. Entretanto, a inventora patenteou o produto somente em 1905.

O ano de 1909 também foi especial para as mulheres, pois foi quando a primeira mulher, Alice Ramsey, atravessou os Estados Unidos a bordo do automóvel Maxwell 30. Sua jornada ao lado de mais três amigas durou 41 dias e percorreu 6.115 quilômetros entre Nova York e São Francisco, na Califórnia, gastando 11 pneus.

Alice Ramsey
Crédito: http://inyourfacewomen.blogspot.com

Na atualidade, um dos nomes que chamam atenção é de Tisha Johnson, designer chefe dos interiores da sueca Volvo. Responsável pelos desenhos interiores do S90 e V90, Tisha também é uma das pessoas chaves na equipe que criou o conceito autônomo 360c, carro totalmente elétrico, autônomo e sem motorista que altera a posição tradicional dos passageiros em filas de dois ou três para um espaço que sirva de acomodação para longas viagens.

Tisha Johnson

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