O mês de janeiro é um mês especial para os fãs de automóveis e em especial para os apaixonados pelo Volkswagen Sedan. No Brasil o carro ganhou o carinhoso apelido de Fusca, e mais tarde, assumiu o apelido como nome, pois este icônico modelo comemora 60 anos de fabricação nacional. Para comemorar os 60 anos do famoso “baratinha”, como eram chamados os Fuscas utilizados pela Policia Militar do Estado de São Paulo, separamos 11 momentos interessantes da história de um dos veículos mais lendários da marca alemã:

 

Quando chegou no Brasil, o Fusca na verdade se chamava Volkswagen Sedan. Pequeno, com motor traseiro refrigerado a ar e um desenho completamente diferente dos carros de sua época, o modelo tinha capacidade para transportar até cinco pessoas, com baixo consumo de combustível e alta resistência mecânica.

No dia 3 de janeiro de 1959 nascia o primeiro Fusca com 54% de peças nacionais. Fabricado na unidade de São Bernardo do Campo da Volkswagen, o primogênito foi vendido por Cr$ 471.200 no dia 7 de janeiro ao empresário paulistano Eduardo Andrea Matarazzo, filho do conde Francisco Matarazzo Júnior – admirador de automóveis e aviões.

A propaganda na época mostrava que o Fusca era realmente um carro diferente. Seus principais aperfeiçoamentos eram a barra estabilizadora no eixo dianteiro, cubo do volante abaixado, trincos nas portas acionados por botões de pressão, barra de torção traseira mais elástica e eficiente, para-sol estofado com espuma de borracha e descanso inclinado para os pés do passageiro.

 

Com forte presença de marketing, o modelo com o passar dos anos foi abandonando as campanhas publicitárias de suas capacidades técnicas e substituindo pelo conceito de 80% de imagem, na parte de cima, e 20% de texto, na parte de baixo. Sempre com uma pitada de ironia. Uma das peças publicitárias dizia: “Lave e use”, dando uma mensagem clara que o produto era simples e confiável.

 

O modelo passou por 1.027 mudanças estéticas e mecânicas entre os anos de 1950 à 1960. Uma das mais memoráveis foi a chegada com o vidro traseiro dividido em duas partes. Esse vidro ganhou o apelido no mundo de “split window”. Depois, em 1953, o Fusca trazia vidro traseiro em formato oval e inteiriço. Só em 1959 que o ele passou a ter um vidro traseiro com formato retangular.

O Fusca tinha nomes diferentes em mais de 40 países por conta de seu desenho inovador. Entre eles, os mais conhecidos são o Beetle (Inglaterra e Estados Unidos), Käfer (Alemanha), Maggiolino (Itália), Vocho (México), Coccinelle (França), Escarabajo (Espanha) e Bug (Estados Unidos). Aqui no Brasil, o modelo foi oficialmente batizado em 1983 e ganhou junto os apelidos de Fuca, Fuqui ou Fusquinha.

O pequeno modelo fez parte da história da capital do Brasil, pois em 1960, data de inauguração de Brasília, o Fusca era um dos principais veículos disponíveis para táxi. Eram chamados de táxis-mirins. Em 1966, já havia cerca de 350 táxis Fusca rodando pelas ruas da capital federal. Um dos fatores que ajudaram a proliferação do modelo foi seu desempenho. Há relatos de táxi Fusca com mais de 530.000 quilômetros rodados, sem retífica do motor. Era necessário apenas seguir o plano de manutenção e troca de óleo.

Por muito tempo o Fusca ocupou o primeiro lugar no pódio dos veículos mais vendidos do Brasil. Com 3,1 milhões de unidade comercializadas, o simpático carro só foi batido pelo VW Gol. Em apenas três anos de produção nacional, em 1962, o Fusca já era líder de vendas e de mercado. Em julho de 1967, a empresa já comemorava 500 mil unidades produzidas no País. Em julho de 1970, chegava ao seu “primeiro milhão”. O auge do Fusca no Brasil foi entre 1972 e 1974. Em 1972, foram comercializadas 223.453 unidades no mercado interno, mais 6.142 exportadas. Em 1974, o recorde: 237.323 unidades produzidas, incluindo exportações.

O motor do Fusca chegou a lugares nunca imaginados por seus criadores. Em 1985, a Volkswagen vendeu cerca de 5.000 motores de Fusca para quase 70 empresas em diferentes ramos de aplicações, que ia desde empilhadeiras, máquinas de varrer ruas, ultra-leves, girocópteros, veículos anfíbios até barcos.

Em 1986, quando o Fusca parou de ser fabricado pela primeira vez, apenas 33.568 unidades chegaram às ruas. Porém, em 1993, a pedido do então presidente da República, Itamar Franco, o carro voltou a ser produzido, em uma versão movida exclusivamente a etanol. O fim da fabricação ocorreu em 1996. Daí surgiu outro apelido: “Fusca Itamar”. Apesar disso, o modelo continuou a ser fabricado no México – onde é conhecido como “Vocho” – até julho de 2003.

 

Seu papel do mundo automotivo foi tão grande, que o Fusca ganhou seu próprio dia no calendário mundial. O dia internacional do Fusca é comemorado no dia 22 de junho, data em que o Prof. Dr. Ferdinand Porsche assinou o contrato que deu início ao desenvolvimento e fabricação do Sedan, em 1934. Mas aqui no Brasil a data de comemoração nacional é no dia 20 de janeiro, pois foi quando se realizou um evento em parceria da Volkswagen com o então Sedan Clube do Brasil, para a realização do “1° Encontro Nacional dos Fuscas”, em São Paulo.

 

 

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