Quando apareci lá no condomínio com o novo Nissan Sentra vermelho, com seu desenho remodelado, alguns vizinhos me perguntaram: “É melhor que o Toyota Corolla?”. Respondi: “Gostei mais do Sentra do que dos últimos Corollas que eu dirigi, talvez porque não esperasse tanto dele”. Dirigir o Sentra foi isso: ele me surpreendeu positivamente, pois é muito bem-acabado, espaçoso e com recursos de conectividade suficientes para me colocar em contato com o resto do mundo!

Assim, o novo Nissan Sentra SL 2.0 ficou sendo “meu” por alguns dias, rodando na cidade de São Paulo (SP) e por estradas do interior e do litoral paulista.

Reestilização foi mais marcante na dianteira do Sentra

PRAZER, SOU O SENTRA SL
Normalmente, não tenho muito tempo para apresentações. Leonardo Barboza, nosso editor de testes, costuma trazer os carros com que vou rodar e os deixa aqui na garagem da editora. Sempre saio correndo, com pressa. Já vou ajustando espelhos onde acho que seria natural encontrar os comandos, ligo a chave onde imagino que ela se encaixa e engato a ré onde acho que seria o normal. Isso aconteceu com o Sentra. Nem tinha falado “bom dia” para ele e tudo se encaixou perfeitamente, como se eu já dirigisse o carro há tempos!

Depois dos ajustes básicos, sempre passo para a conectividade. Procuro pelo bluetooth, emparelho e saio falando com as pessoas por intermédio do carro, com o smartphone na bolsa!

CRUZANDO A IPIRANGA E A AVENIDA SÃO JOÃO
Certos carros podem ser legais, mas também estressantes, especialmente dirigindo na cidade. Alguns são muito baixos e raspam em qualquer obstáculo; outros não têm câmbio automático; há os que não se seguram em subidas; e por aí vai! O Sentra passou com louvor por todas essas questões práticas. Seu motor é flex 2.0 com 140 cv (a 5.100 rpm). Menos potente que o Corolla, com motor 2.0 com 153 cv (a 5.600 rpm).

O Sentra viajou comigo para o litoral e o interior de São Paulo

Leonardo Barboza, que comparou os dois modelos na pista, contou que a potência do Sentra é a mesma com etanol ou gasolina (nossos testes de pista são sempre feitos com os carros abastecidos com etanol). No caso do Corolla, os 153 cv são obtidos com etanol, mas baixam quando o motor funciona com gasolina.

Sou bem chata com carros lerdos. Novamente, me senti confortável dirigindo o Sentra, com performance suficiente para arrancar e retomar com segurança. Seu câmbio é do tipo CVT, transmissão continuamente variável, em que não se percebe as mudanças de velocidade.

Cabine do Sentra tem um feeling bem "natural": tudo está no lugar!

PACOTE ANTIESTRESSE
Faz parte do pacote “facilidades ao volante” o sistema de segurança ativa, que alerta para pontos cegos nos retrovisores. O Sentra SL também avisa sonoramente e com luzes sobre uma possível colisão na traseira, e alerta para tráfego cruzado, quando um carro vem de outra faixa para cima de você! 

O bom da história é que ele oferece esses recursos como equipamento de série. O Sentra SL 2.0 CVT, que é muito bem equipado, custa R$ 95.990. O Corolla com o mesmo nível de equipamentos custa quase R$ 10.000 a mais.

Fui checar outros itens importantes para a compra do Sentra, quando a questão é fechar negócio. Talvez seja aí que ele derrape em relação ao bem-amado Corolla: 20,5% de desvalorização em um ano, segundo a tabela da Fipe. No Corolla, a desvalorização anual fica em torno de 13,6%.

Será que tudo isso cabe no porta-malas do Sentra?

DESCULPEM OS FEIOS: CARRO TEM DE SER BONITO
Fui com o Sentra para todo lado, desde supermercados, até restaurante chique. Vamos dizer que ele não se saiu mal na avaliação do manobrista, pois foi colocado logo na frente do estabelecimento, como chamariz.

Isso porque o novo Sentra ficou mais bonito com essa reestilização, com os novos faróis e o parachoque redesenhados. As lanternas e luzes diurnas de LED nessa versão SL contribuíram para um “olhar” mais moderno e esportivo. Por dentro, o acabamento está bem bacana, com bancos de couro e materiais refinados. O banco do motorista é elétrico e me trouxe uma opção de regulagem bastante cômoda, o que nem sempre consigo em certo modelos.

NAS CURVAS DA ESTRADA DE SANTOS
Na tradicional Via Anchieta, que não é aquela que serviu de inspiração para o cantor e compositor Roberto Carlos, senti o mesmo conforto e confiança que o Sentra transmitiu na cidade. Fui visitar o amigo Chico Lelis, jornalista da coluna aqui do lado (a Além do Carro). Depois de uma deliciosa caldeirada, peguei a balsa para o Guarujá (SP) e segui em direção ao litoral norte paulista. Havia abastecido com gasolina e fiquei satisfeita com a média de 13,5 km/litro. Na cidade, também com gasolina, foi de 8,9 km/litro.

Sempre opto por gasolina, apesar de o meio ambiente não gostar muito, porque posso rodar mais com um só tanque. Detesto ter de abastecer a todo momento. E com etanol, o consumo não foi dos melhores. Leonardo Barboza mediu no nosso teste anterior: o Sentra fez 6,5 km/litro na cidade e 10,2 km/litro na estrada.

Otacílio, meu zelador, pôs tudo dentro e aprovou o porta-malas!

AVALIAÇÃO DO PORTA-MALAS
Bom, pessoal. Falei o que considerei de mais relevante nesses confortáveis dias ao volante do Sentra. Quero lembrar apenas de uma última avaliação prática, desta vez com a ajuda do Otacílio, zelador do meu condomínio. Objetivo: ver se todas as tralhas para a viagem do fim de semana cabiam no porta-malas do Sentra. Pois bem: foi aprovado com louvor!

Para ter uma ideia, eu havia colocado bagagem semelhante no Volkswagen Touareg, com o qual rodara dias antes. Não é que ficou até mais ajeitado no Sentra? Quer um conselho, meu amigo? Não existe mais fidelidade no planeta automóvel! Se você é fã de sedãs, por que não experimentar esta “outra” marca japonesa? Eu gostei!

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