O novo Volkswagen CC deverá ser apresentado no Salão de Paris, em outubro. Mas no Brasil ainda não há planos para sua chegada. Por isso, apesar de a versão com motor 2.0 turbo ter sido introduzida por aqui no início de 2015, substituindo o modelo com motor V6 3.6, ainda vale a pena olhar com carinho para CC. 

Para me ajudar nesta avaliação, chamei o Paulo de Melo Gomes, um dos maiores pilotos do nosso automobilismo, porque ele é fã do VW Passat, carro do qual o CC é derivado. Tanto que deixou escapar um “Passat CC” algumas vezes no vídeo que gravei com ele ao volante…

Vamos dizer que barato ele não é! Este que foi “meu” por alguns dias custava R$ 190.706, pois estava com os seguintes equipamentos opcionais: acesso ao veículo sem o uso de chave e com botão para partida do motor (R$ 2.319), teto de vidro com abertura angular (R$ 6.915), faróis bi-xenon com luz diurna em LED (R$ 5.058), câmera traseira (R$ 2.216) e sistema de som Dynaudio (R$ 7.008). Sem tudo isso, o CC custa R$ 167.190

O piloto Paulo e eu, antes de rodar com o CC

Mas, frente aos concorrentes de Jaguar, Audi, BMW e Mercedes-Benz, o CC também oferece conforto, excelente desempenho e a vantagem de ser mais discreto. Um carro apropriado para um executivo, por exemplo, que prefere ficar menos no centro das atenções.

Eu sou fã do carro desde que ele foi lançado em 2009, ainda como Passat CC. Desde o início, essa solução de cupê com quatro portas foi muito bem recebida mundialmente. Um desenho inovador para a época, com seu motorzão V6 com 300 cv. Em 2013, a Volks resolveu descolar o modelo do Passat, e ele passou a ser chamado apenas de CC.

Quando, no ano passado, o motor 2.0 TSi de 210 cv (usado no Golf) passou a ser a única opção, houve uma certa “torcida de nariz” por parte de muitos fãs. Eu, inclusive.

Mas quando fomos para a pista pudemos comprovar que o novo motor, bem mais moderno, não perdia tanto em desempenho. Ao contrário, até ganhava nas retomadas.

Veja o que Leonardo Barboza, nosso editor de testes, conseguiu de resultados: “O CC ficou bem mais racional, apesar de ter quase 100 cv a menos. Na pista, o CC 2.0 precisou de 7s3 para acelerar de 0 a 100 km/h, enquanto o V6 cumpriu o mesmo em 6s5. Não é assim tanta diferença. Mas foi nas retomadas que o CC 2.0 venceu o V6. Enquanto o anterior mais potente levava 7s1 para fazer de 60 km/h a 120 km/h, o 2.0 precisou de apenas 6s3. O mesmo aconteceu na retomada de 40 km/h até 100 km/h, com 4s9 para o 2.0 e 6s1 para o V6”.

O que eu achei de rodar com o CC por alguns dias? Primeiro, que ele é um carro grande, mas muito fácil de dirigir e manobrar. Esse motor, em conjunto com o câmbio DSG de dupla embreagem e com seis marchas, torna o carro muito acertado. Lembro também da direção, aparentemente leve, mas com uma precisão impressionante. Junta-se a tudo isso uma suspensão muito bem regulada, que deixa o CC nem muito duro, nem muito mole. Diria que, nesse quesito, ele não perde para os alemães concorrentes. 

Nessa minha dura vida de jornalista especializada, uso os carros que avalio no meu dia-a-dia, independentemente se são caros, superesportivos ou valentes 4×4. Vou para a academia quase todos os dias, para alegria dos meus colegas da malhação, amantes de automóveis. Eles ficam felizes de ver as novidades sempre em primeira mão. Depois, sigo para o trabalho. Normalmente, tenho mais atividades na rua do que na editora: rodo muito todos os dias para os meus compromissos de lançamentos, entrevistas e reuniões.

O atual CC foi lançado como ano-modelo 2013
Com certa resistência e algum mau humor, sou obrigada a ir ao mercado. Se tem algo que não gosto é mercado e shopping center!

Nos fins de semana adoro pegar uma estrada. Quando viajo a lazer, sempre procuro levar o meu cão Charlie, grande conhecedor dos bancos de trás dos carros que eu avalio, e a minha gata Amy, que costuma ir miando na sua casinha. Nem preciso dizer que transporto os dois respeitando todas as regras de segurança. E também forro o banco onde irá o Charlie, pois ele é bem peludo e baba o tempo todo!

Aparentemente, eles gostaram do CC. Para falar a verdade, a Amy nem miou, tanto na ida como na volta! 

Se for para transportar pessoas, os dois ocupantes do banco de trás também terão toda comodidade, porque coloquei os amigos atrás e fizemos o teste do banco traseiro. Aprovado, mesmo para aqueles de maior estatura. Achei o consumo desse carrão bastante apropriado, pois ele é grande e pesado. No nosso teste de consumo ele fez 13,5 km/litro na rodovia e 7,9 km/l na cidade (gasolina). Com autonomia de 728 km, dá para fazer viagens longas sossegada, sem precisar parar para abastecer. 

Bom, pessoal, acho que é isso! Enquanto o novo CC não vem, indico o modelo atual para pessoas discretas, que querem conforto e estilo. Afinal, por que comprar um sedã, que todos têm, quando se pode optar por um cupê 4-portas com ótima performance?

Estreia do Passat CC em Detroit 2008, ainda como conceito

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