Do VW Fox que decepava dedos ao Fiat Tipo que pegava fogo, relembre os recalls que marcaram os brasileiros

 

Nesta semana, mais um caso de chamados envolvendo problemas no novo Chevrolet Onix movimentaram o setor automotivo. Houve dois casos de incêndio registrados em imagens, o que motivou a fabricante a iniciar um recall oficial há cerca de um mês. Na última segunda-feira, a Revista CARRO publicou com exclusividade mais duas convocações por risco de vazamento de combustível e devido a uma possível falha do LED da alavanca de câmbio automático – nestes dois casos, a Chevrolet se pronunciou dizendo que não se tratam de recalls.

Mas os casos de incêndio e vazamento de combustível do novo Onix não são os primeiros chamados que geraram polêmica no Brasil. Aliás, você sabia que o primeiro recall no Brasil foi em um Ford Corcel? Confira a seguir uma lista com outras oito convocações que deram o que falar, inclusive com casos de pessoas que se machucaram devido aos defeitos nos veículos.

VW Fox: o carro que decepava dedos

O ano de 2003 foi um marco para a Volkswagen. Em tempos de inovação, era lançado um projeto que trazia uma série de novidades e, ao mesmo tempo, terríveis resultados. O Fox também foi um grande marco na vida de oito brasileiros, porém, se tornou uma recordação que os ex-proprietários preferem não lembrar. Os primeiros relatos surgiram após a dificuldade de utilização do sistema de rebatimento do banco traseiro, fazendo com que os dedos das mãos fossem decepados após a tentativa de puxar a alça do porta-malas. Na época, a Volkswagen negou as acusações e um possível recall, já que o manual do carro deveria ser seguido corretamente. Com o passar dos tempos, contudo, a companhia não conseguiu evitar o recall e precisou oferecer um anel de borracha, que foi fixado sobre a argola, permitindo acionar o sistema de rebatimento dos bancos e, assim, evitando que os usuários colocassem o dedo na argola durante os ajustes.

Airbags Takata: salva ou mata?

Os airbags da Takata fizeram história no ano de 2007 com mais de onze vítimas só no Brasil. Os airbags exercem uma função indispensável no momento do impacto, ajudando a salvar vidas. Mas, nesse caso, as pessoas precisaram contar com a sorte. Os airbags defeituosos da Takata expeliam fragmentos metálicos na direção dos ocupantes dos bancos dianteiros, causando ferimentos e até mortes. Contudo, apenas em 2014 que o caso foi tomando forma e a empresa chinesa decidiu realizar o teste para garantir a qualidade de seus produtos. Sem sucesso! Os defeitos foram comprovados e, ao invés de realizar o recall e parar a produção, a companhia ordenou que eliminassem todo o material de teste para não sujar a imagem. Após diversas investigações, a Takata assumiu o erro e começou o processo de substituição das peças defeituosas. Segundo a empresa, o defeito nas peças foi causado por uma falha no controle de umidade das fábricas responsáveis. Atualmente, ainda há diversas campanhas em andamento no Brasil, envolvendo modelos de marcas como Honda, Toyota, VW, Audi, Mitsubishi, entre muitas outras.

Renault Kwid: freio com defeito

Em 2017, poucos meses após chegar ao mercado, o Renault Kwid foi alvo de recall. A marca francesa convocou os proprietários para verificação do sistema de freios. De acordo com o comunicado da Renault, o componente poderia ter trincas e, em casos extremos, ocasionar ineficiência de frenagem ou travamento das rodas e perda de dirigibilidade, com risco de causar acidentes. O recall – direcionado somente ao freio traseiro – envolveu 21.802 unidades, fabricados entre 1 de março de 2016 e 2 de novembro de 2017. Após a substituição precoce das peças, os usuários ainda reclamaram sobre a eficiência reduzida. Vale lembrar que a Revista CARRO apontou, na edição de agosto de 2017, o mal resultado do Kwid nos nossos testes de pista e a estranha concepção dos freios dianteiros – tanto que, na linha 2019, a Renault substituiu os freios dianteiros de discos sólidos por discos ventilados, melhorando substancialmente seus resultados de frenagem.

Fiat Tipo: o carro que queimou o seu próprio filme

Em 1995, o Tipo foi nacionalizado e produzido em terras brasileiras. Ele logo estourou em vendas, ficando atrás apenas de carros como o VW Gol. O Fiat Tipo foi o primeiro carro brasileiro a ter airbag, além de oferecer novidades como suspensão independente, que melhorava muito a estabilidade e a dirigibilidade. Mas nem tudo são rosas! Com o tempo o carro foi perdendo a sua popularidade por causa da má fama do motor 2.0, visto como difícil de reparar. O maior problema, contudo, foram os vários carros que pegaram fogo. O incêndio ocorria devido ao rompimento de tubulações e mangueiras, vazando material inflamável sobre partes quentes do motor e/ou do sistema de escapamento, provocando o fogo. A Fiat convocou um recall envolvendo 155 mil unidades. De acordo com a montadora, todos os consumidores foram atendidos, e ainda assim, houve relatos de incêndio após o recall. O estrago já estava feito e o Tipo saiu de linha em 1997.

Chevrolet Corsa: cinto de (in)segurança

O cinto de segurança é um dispositivo simples que serve para proteger a vida e diminuir as consequências dos acidentes, porém, alguns podem até levar à morte. No ano 2000, a GM identificou um defeito no cinto de segurança da linha Corsa e Tigra, após 25 acidentes e duas mortes. Foram pouco mais de 1 milhão de unidades envolvidas, fabricadas de 1994 a 1999, envolvendo a totalidade do modelo que já era um sucesso de vendas. O fato divulgado à época pelo PROCON e em ampla campanha em mídia impressa e na televisão, acelerou a renovação do modelo, que apesar disso nunca perdeu espaço no mercado.

Fiat Stilo: risco de perder a roda

Após uma série de investigações e um longo processo na justiça, a Fiat foi obrigada a fazer o recall imediato do Stilo, em 2010. Foi identificado um defeito no cubo das rodas de modelos fabricados entre 2004 e 2008, o que causou cerca de 30 acidentes. Além do recall, a marca italiana foi multada em R$ 3 milhões por não ter solucionado o problema, em decisão tomada pelo Ministério da Justiça com base em laudo do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC).

Chery S18: pedal do freio que cedia

Depois de casos em que o pedal do freio cedeu e entortou, a Chery Brasil divulgou um comunicado anunciando modificações no modelo S18, em janeiro de 2012. De acordo com a fabricante, o pedal do freio, se submetido a força ou pressão fora do usual, poderia sofrer deslocamento para a esquerda. Os 52 proprietários que adquiriram o modelo foram contatados e compareceram a uma das concessionárias para inspeção dos veículos e troca do mecanismo de acionamento dos pedais. Quando o problema foi revelado, a Chery explicou que os carros destinados ao Brasil vieram sem a nova fixação em ‘’L’’ na haste do pedal, que atuaria como reforço.

VW Jetta: fora do eixo

A Volkswagen iniciou uma campanha de recall em 2015 para consertar um defeito no eixo traseiro de 31.894 unidades do Jetta 2.0 Total Flex, modelos 2011, 2012 e 2013. Os veículos afetados foram fabricados entre os dias 2 de junho de 2010 e 2 de julho de 2013. Segundo a montadora, em caso de colisões traseiras ou na lateral, os braços da suspensão traseira poderiam sofrer torção excessiva. Além deste chamado, houve uma segunda campanha para instalação de uma peça para evitar a perda de controle do carro.

 

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