Sterculia apetala, uma árvore de grande porte, pode ser chamada de maternidade da arara azul. E por que isso?  Porque é na manduvi, seu nome popular, que as aves escolhem para “namorar” e  ter os seus filhotes — dois no máximo, a cada ano. Elas montam o ninho no interior do tronco, a partir de um buraco natural. E vivem ali, felizes para sempre, porque o macho e a fêmea da espécie nunca se separam.

Detalhe curioso é que, depois de pronto o ninho, as aves fazem constantes raspagens das paredes do tronco, produzindo minúsculos troncos que “filtram” a sujeira no interior, que atravessa por eles, ficando depositadas no fundo, sem contato com elas e seus pequenos. Coisas da sábia natureza.

Filhote de arara azul aos 60 dias de vida

Conhecemos um filhote de 60 dias, que já tem boa parte das asas azuis, o que não acontece nos primeiros dias de vida, em que elas são brancas e mais escassas.

Ao ser retirada do ninho, a ave soltava sons nervosos, ainda que não demonstrasse qualquer agressividade. Mas, ao ser entregue à bióloga Neiva Guedes, a criadora do Instituo Arara Azul, seu comportamento mudou. Aquietou-se, algo como se soubesse que estava segura, que nada a ameaçaria dali em diante.

A emoção tomou conta da cena e percebia-se em  Neiva um semblante de mãe, com os olhos lacrimejando levemente de alegria. Era mais uma arara azul recuperada graças ao seu trabalho e de todas as pessoas que lutam pela sobrevivência da espécie, que no passado foi ameaçada de extinção. E isso só não aconteceu graças ao apoio da Fundação Toyota ao projeto da bióloga.

URBANIZAÇÃO
Neste ano o Instituto Arara Azul urbanizou-se. E Campo Grande, onde está a sede da entidade, construída pela Fundação Toyota, verificou-se que mais de 100 espécies de aves estavam indo para a cidade, em busca de alimento que já não encontram nas matas vizinhas.

Quando bem novinhas, as araras azuis... não são azuis
Tucanos, gaviões, periquitos e até mesmo araras estão migrando para a capital do Mato Grosso do Sul, uma das cidades mais arborizadas do país. Até mesmo a arara azul já é vista na periferia.

Diante disso, como explica Eliza Mense, diretora-executiva do Instituto, foi criado um novo programa de visitantes, o Turismo de Observação das Aves Urbanas. Existe também o de visitação ao Refúgio Ecológico Caiman, distante  cerca de 200 km de Campo Grande e com boa estrutura hoteleira, onde ficam dezenas de ninhos da arara azul.

O local já foi visitado pelo casal imperial (príncipe e princesa) Akishiro, do Japão, há um ano. Ele, como Neiva, é biólogo de formação.

QUER AJUDAR?
O Instituto Arara Azul vive de doações e diversas formas de ajuda, além de um importante patrocínio da Toyota do Brasil, que também colabora com muitos outros projetos ambientais pelo Brasil. E a entidade busca ajuda de todas as formas. Você pode adotar um ninho e dar nome ao filhote que nele nascer, fazer pequenas doações de R$ 15 até R$ 1.000. 

Se quiser saber como fazer isso, entre no site do instituto ou envie um e-mail. A arara azul e demais pássaros “urbanos” vão agradecer.

Share This