Diavel chegou em 2011, e, no início, causou estranhamento. Mescla de uma superbike com uma custom e uma Monster, a “muscle bike” italiana parecia ser mais um modelo bonito de olhar e péssimo de pilotar… Mas não foi bem assim. Impactante no visual, mas transmitindo sensações de uma ágil e rápida naked esportiva a quem a pilota, a Diavel foi conquistando um público cada vez maior e, diferentemente do que normalmente acontece, vende cada vez mais. Chega agora à Europa a segunda geração do modelo com algumas mudanças estéticas, para ficar ainda mais impressionante, e um motor mais suave, que deixou a Diavel mais agradável em percursos urbanos e em passeios calmos.
Visualmente, uma das principais mudanças ocorreu no farol dianteiro, que foi totalmente remodelado e agora conta com iluminação completa de LED, o que, além de proporcionar melhor visibilidade à moto, traz um toque a mais de estilo já que, vista de fora, a luz se assemelha a uma ferradura. A pequena carenagem do farol agora é de alumínio escovado, combinando com as tomadas de ar nas laterias e o tanque de combustível, todos do mesmo material.
A ergonomia não mudou em relação ao modelo anterior, apesar dos novos prolongadores do guidão. Ou seja, a posição é similar à de uma moto custom, só que mais confortável. O assento é baixo, com ótima espuma e, agora, com mais superfície. O guidão é largo e faz com que nossos braços fiquem bem esticados, o que cansa bastante depois de um dia inteiro pilotando. O painel TFT colorido é um show à parte. Através dele podemos configurar cada um dos três modos de pilotagem, desconectar o ABS, ver consumo, velocidades, tempo e temperaturas. A novidade nesta nova versão é a presença do indispensável marcador do nível de combustível.
Tudo ok, é hora de pressionar o pequeno botão de partida no punho direito… E um rugido sai imediatamente dos novos silenciadores. O elevado som dos escapes é outro dos cartões de visita das motos da marca e, neste caso, ele vem do novo motor. Trata-se do Testastretta 11° Dual Spark, que é novo para a Diavel, mas que já havia feito sua estreia na Multistrada em 2013.
Este primeiro contato com a nova Diavel foi promovido pela Ducati nas ruas do Principado de Mônaco, assim sendo, começamos nossa avaliação com a moto no modo Urban, no qual a potência fica limitada a 100 cv, a resposta do acelerador é a mais suave possível, e o controle de tração funciona na posição 5. É um motor suave em baixas rotações, e basta mantê-lo acima de 2 000 giros para que funcione com linearidade e sem qualquer tipo de tranco.
Com o motor da primeira geração, para evitar o comportamento mais brusco típico dos grandes bicilíndricos, tínhamos que rodar além das 2 500 rotações, ou seja, a diferença é considerável. Nesse modo de gestão, o controle de tração evita qualquer tipo de escorregada, e a pilotagem é segura até para pilotos com pouca ou nenhuma experiência com motos grandes. Saindo da cidade entramos nas sinuosas estradas de montanha que circundam o Principado, ocasião propícia para passar ao modo Touring, onde a potência anunciada já é de 162 cv e o DTC vai para a posição 3.
O motor muda bastante e mostra uma “pegada” mais contundente, o que nos obriga a segurar o guidão com força — ainda que, no modo Touring, quando abrimos o acelerador bruscamente a subida de giro é suave. Se o que você procura é esportividade, basta mudar para o modo Sport (e possível fazer isso em movimento), também com 162 cv, mas com uma resposta mais rápida e o DTC no nível 1, que já permite algumas escorregadas com o pneuzão traseiro.
Tendo em conta suas dimensões, os quase 240 kg de peso cheio e os 1 590 mm de distância entre-eixos, esperamos que seja uma moto lenta de movimentos, entretanto, basta fazer algumas curvas para que sejamos surpreendidos com o potencial da Diavel nesse território. É uma moto rígida de chassi e suspensões, talvez excessivamente no trem traseiro, mas o bom é que em ambos os eixos encontramos componentes de alta qualidade e com múltiplas regulagens. O garfo invertido Marzocchi suporta bem a carga imputada pelas potentes pinças de freio Brembo monobloco e que ainda trazem um ABS Bosch 9M, dos mais modernos disponíveis.
Também influi no comportamento da Diavel o pneu traseiro Pirelli Diablo Rosso II, de 240 mm e com um perfil mais triangular que outros pneus semelhantes, o que deixa a moto mais ágil do que imaginamos quando vemos toda aquela massa de aço e alumínio parada. Se as curvas forem muito fechadas, como aconteceu em boa parte de nosso percurso, temos de fazer alguma força sobre a direção para que a moto vá de um lado para o outro, agora, se o traçado for um pouco mais aberto, esta Ducati mostra uma agilidade nitidamente superior à de qualquer outro modelo desta suposta categoria.
Você já estava interessado na Diavel, gostou desta nova geração e vai esperá-la para fechar a compra? Tenha muita paciência. Segundo a Ducati do Brasil, esta nova geração só desembarcará por aqui no segundo trimestre de 2015.
Dual Spark






