Ducati Diavel 2015

Diavel chegou em 2011, e, no início, causou estranhamento. Mescla de uma superbike com uma custom e uma Monster, a “muscle bike” italiana parecia ser mais um mode­lo bonito de olhar e péssimo de pilotar… Mas não foi bem assim. Impactante no visual, mas transmitindo sensações de uma ágil e rápida naked esportiva a quem a pilota, a Diavel foi conquistando um público cada vez maior e, diferente­mente do que normalmente acontece, vende cada vez mais. Chega agora à Europa a segunda geração do modelo com algumas mudanças estéticas, para ficar ainda mais impressionante, e um motor mais suave, que deixou a Diavel mais agradável em percursos urbanos e em passeios calmos.

Visualmente, uma das principais mu­danças ocorreu no farol dianteiro, que foi totalmente remodelado e agora con­ta com iluminação completa de LED, o que, além de proporcionar melhor visibilidade à moto, traz um toque a mais de estilo já que, vista de fora, a luz se assemelha a uma ferradura. A peque­na carenagem do farol agora é de alu­mínio escovado, combinando com as tomadas de ar nas laterias e o tanque de combustível, todos do mesmo material.

Ducati Diavel 2015

A ergonomia não mudou em relação ao modelo anterior, apesar dos novos prolongadores do guidão. Ou seja, a posição é similar à de uma moto cus­tom, só que mais confortável. O assento é baixo, com ótima espuma e, agora, com mais superfície. O guidão é largo e faz com que nossos braços fiquem bem esticados, o que cansa bastante depois de um dia inteiro pilotando. O painel TFT colorido é um show à parte. Através dele podemos configurar cada um dos três modos de pilotagem, desconectar o ABS, ver consumo, velocidades, tempo e temperaturas. A novidade nesta nova versão é a presença do indispensável marcador do nível de combustível.

Ducati Diavel 2015

Tudo ok, é hora de pressionar o pe­queno botão de partida no punho direi­to… E um rugido sai imediatamente dos novos silenciadores. O elevado som dos escapes é outro dos cartões de visita das motos da marca e, neste caso, ele vem do novo motor. Trata-se do Testastret­ta 11° Dual Spark, que é novo para a Diavel, mas que já havia feito sua estreia na Multistrada em 2013.

Ducati Diavel 2015

Este primeiro contato com a nova Diavel foi promovido pela Ducati nas ruas do Principado de Mônaco, assim sendo, começamos nossa avaliação com a moto no modo Urban, no qual a potência fica limitada a 100 cv, a res­posta do acelerador é a mais suave pos­sível, e o controle de tração funciona na posição 5. É um motor suave em baixas rotações, e basta mantê-lo acima de 2 000 giros para que funcione com linearidade e sem qualquer tipo de tranco.

Ducati Diavel 2015

Com o motor da primeira gera­ção, para evitar o comportamento mais brusco típico dos grandes bicilíndricos, tínhamos que rodar além das 2 500 rotações, ou seja, a diferença é conside­rável. Nesse modo de gestão, o controle de tração evita qualquer tipo de escor­regada, e a pilotagem é segura até para pilotos com pouca ou nenhuma experi­ência com motos grandes. Saindo da ci­dade entramos nas sinuosas estradas de montanha que circundam o Principado, ocasião propícia para passar ao modo Touring, onde a potência anunciada já é de 162 cv e o DTC vai para a posição 3.

O motor muda bastante e mostra uma “pegada” mais contundente, o que nos obriga a segurar o guidão com força — ainda que, no modo Touring, quando abrimos o acelerador bruscamente a subida de giro é suave. Se o que você procura é esportividade, basta mudar para o modo Sport (e possível fazer isso em movimento), também com 162 cv, mas com uma resposta mais rápida e o DTC no nível 1, que já permite algumas escorregadas com o pneuzão traseiro.

Ducati Diavel 2015

Tendo em conta suas dimensões, os quase 240 kg de peso cheio e os 1 590 mm de distância entre-eixos, es­peramos que seja uma moto lenta de movimentos, entretanto, basta fazer algumas curvas para que sejamos sur­preendidos com o potencial da Diavel nesse território. É uma moto rígida de chassi e suspensões, talvez excessiva­mente no trem traseiro, mas o bom é que em ambos os eixos encontramos componentes de alta qualidade e com múltiplas regulagens. O garfo inver­tido Marzocchi suporta bem a carga imputada pelas potentes pinças de freio Brembo monobloco e que ainda trazem um ABS Bosch 9M, dos mais modernos disponíveis.

Também influi no compor­tamento da Diavel o pneu traseiro Pirelli Diablo Rosso II, de 240 mm e com um perfil mais triangular que outros pneus semelhantes, o que deixa a moto mais ágil do que imaginamos quando vemos toda aquela massa de aço e alumínio parada. Se as curvas forem muito fecha­das, como aconteceu em boa parte de nosso percurso, temos de fazer alguma força sobre a direção para que a moto vá de um lado para o outro, agora, se o traçado for um pouco mais aberto, esta Ducati mostra uma agilidade niti­damente superior à de qualquer outro modelo desta suposta categoria.

Você já estava interessado na Diavel, gostou desta nova geração e vai esperá­-la para fechar a compra? Tenha muita paciência. Segundo a Ducati do Brasil, esta nova geração só desembarcará por aqui no segundo trimestre de 2015. 

Dual Spark 

Sem dúvida, a principal novidade da Diavel 2014 está na introdução do Testestretta 11º DS, que vem da Multistrada 1200. A mistura do ar com a gasolina foi melhorada com o novo posicionamento dos injetores e chega a cabeçotes onde a combustão é mais rápida e completa graças às duas velas que cada cilindro possui.
 
Há mais compressão, o que, segundo a Ducati, melhorou em 4,5% o torque em médias rotações. As entradas de ar estão maiores, e as tampas laterais são novas e, aliás, ganharam novos piscas em LED. O farol dianteiro agora é totalmente de LED e tanto o protetor quanto a sua pequena carenagem superior, que visa desviar o ar do piloto, são novos também.
 
As bengalas invertidas de 50 mm são Marzocchi e contam com tratamento anti-atrito enquanto o monoamortecedor traseiro é Sachs. Tanto na frente quanto atrás os sistemas são reguláveis em compressão, extensão e pré-carga. A versão Dark Stealth da Diavel, como o nome sugere, é totalmente preta, enquanto que a versão Carbon estará disponível nas cores branca/preta ou vermelha/preta. 
 
Espetacular 
 
Os acessórios em uma moto deste segmento são peças importantes e são capazes de deixar ainda mais impactante um estilo que por si só já é bem radical. Para esta nova geração da Diavel, a Ducati oferece espetaculares rodas forjadas de alumínio, novos escapes com ponteiras de fibra de carbono e tratamento completo com cerâmica, que visa isolar o piloto do calor gerado pelo sistema. Ainda são oferecidas nas concessionárias da marca pedaleiras reguláveis CNC e retrovisores em alumínio preto.
 
Ficha técnica 
 
Motor Bicilíndrico em V a 90°, arrefecido a líquido, comando desmodrômico, 8 válvulas, Câmbio 6 velocidades Cilindrada 1.198 cm³ Potência máxima 162 cv a 9 500 rpm Torque máximo 13 kgf.m a 8 000 rpm Diâmetro x curso 106 mm x 67,9 mm Taxa de compressão 12,5:1 Quadro Multitubular de aço Cáster 28° Trail 130 mm Suspensão dianteira Garfo telescópico invertido com 120 mm de curso e ajustável em 3 vias Suspensão traseira Monoamortecedor progressivo com curso de 120 mm e ajustável em 3 vias Freio dianteiro Dois discos de 320 mm com pinça de quatro pistões e fixação radial Freio traseiro Disco de 265 mm com pinça de pistão duplo Pneu/Roda dianteira 120/70-17″x 3,5″ Pneu/Roda traseira 240/45-17″ x 8″ Comprimento 2.235 mm Altura do assento 770 mm Entre-eixos 1 590 mm Tanque 17 litros Peso cheio 239 kg (234 Carbon) Preço 18.290 euros (Espanha)
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